Folga prolongada

Na Europa e Ásia, a jornada semanal de quatro dias entra na agenda política. No Brasil, empresas de tecnologia largam na frente

Ritmos diferentes. Mais de 8% das empresas japonesas aumentaram o tempo livre dos funcionários, mas nem todos os setores conseguem ser flexíveis - Imagem: Toyota do Brasil e iStockphoto

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A ideia da semana de quatro dias de trabalho não é nova. Remonta, ao menos, à década de 1950, sem nunca ter sido testada. Até agora. A pandemia da Covid-19, que agravou o estresse laboral, desestruturou as rotinas convencionais e impôs maior flexibilidade, em particular no trabalho remoto, trouxe a redução da jornada de volta ao palco. O tema, antes tabu, virou tendência no Leste da Ásia e na Europa, até como uma solução para reativar economias às voltas com o envelhecimento da população e o encolhimento da oferta de mão de obra.

No Japão, pesquisa realizada em 2021 pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar apontou que 8,5% das empresas no país adotam regimes que permitem aos funcionários trabalhar quatro ou menos dias por semana, e o governo do ­primeiro-ministro, Fumio Kishida, do Partido Liberal Democrático, de direita, inscreveu a promoção de semanas de trabalho de quatro dias nas diretrizes de política econômica aprovadas pelo gabinete em junho de 2021, como abordagem para romper a letargia da economia japonesa, ante as limitações das políticas fiscal e monetária. Tóquio justificou que uma jornada de quatro dias de trabalho semanais fomentaria a atividade, bem como melhoraria a saúde da população e poderia elevar a taxa de natalidade. França, Reino Unido, Alemanha e Portugal, entre outros, têm debatido ou anunciado políticas públicas para regulamentar o modelo.

Os ganhos de produtividade e os avanços tecnológicos recolocam o assunto na mesa de negociações

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