Economia

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Fôlego curto

Excepcionalidades ocorridas no governo anterior resultaram em algum alívio, mas a fatura vai chegar

Diálogo. Tebet, Haddad, Dweck e Mercadante foram à Febraban ouvir os bancos e apresentar as linhas gerais da política econômica. O reajuste dos servidores aumenta a pressão - Imagem: Sol Santos/Febraban e Marcos Oliveira/Ag.Senado
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Completado um mês do novo governo, os principais indicadores do mercado mostram um cenário de calmaria, mesmo depois de Lula ter questionado a autonomia do Banco Central e a sua meta de inflação excessivamente baixa, temas sensíveis para as instituições financeiras. A situação está, entretanto, longe de ser confortável. Receitas infladas dos estados, antes das desonerações eleitoreiras, no governo anterior, e reduções dos desembolsos com a pandemia, não se repetirão neste ano e vários problemas, como a forte repressão salarial do funcionalismo, desafiam a nova administração. Restará algum fôlego, contudo, a partir de uma relação dívida bruta/PIB melhor, decorrente de situações excepcionais de 2022, como aquelas apontadas acima, enquanto se aguarda o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. A elevação da relação dívida bruta/PIB talvez seja a principal explicação para a trégua momentânea do terrorismo fiscal.

“Os juros estão um pouco acima da véspera da posse, mas o dólar está abaixo. A Bolsa voltou para 115 mil pontos, 116 mil pontos. É uma situação mais razoável, a não ser no caso da curva de juros, que é importante. Mas essa curva não se ampliou tanto assim. Em outubro e novembro, os juros subiram bem mais”, resume José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. É preciso lembrar, diz, que em novembro o mercado esperava alta da Selic em março deste ano, o que não deve acontecer. Na quarta-feira 1º, previa-se a manutenção, pelo Comitê de Política Monetária, da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% ao ano, até 22 de março. Trata-se da segunda maior taxa do mundo, segundo o portal Trading Economics. O juro brasileiro vem logo abaixo do indicador da Argentina, em uma comparação de 18 países, mais os integrantes do bloco do euro. A baixa probabilidade de reduzi-la no curto e médio prazo é um dos desafios a serem enfrentados pelo governo.

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