Economia

FMI aposta no crescimento brasileiro

Há elogios à inclusão financeira e comercial do país e a um sistema bancário forte e bem regulado

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O último relatório do FMI sobre o Brasil traz um enfoque que mostra as mudanças relativas na maneira do fundo analisar a economia.

O relatório começa reconhecendo os enormes avanços do país, em função de um misto de enquadramento econômico (responsabilidade fiscal, metas de inflação e taxa de câmbio flexível) e melhor distribuição de renda. Há elogios à inclusão financeira e comercial do país e a um sistema bancário forte e bem regulado.

***

O dogmatismo do fundo não permite que se aprofunde na análise do câmbio. Para ele, os desequilíbrios que se manifestam na balança comercial (aumento desmedido da inflação) se devem ao desequilíbrio entre consumo e investimento. Por isso defende o desaquecimento provisório da economia, como maneira de recompor o equilíbrio. Há elogios aos últimos passos da política econômica, visando trazer competitividade à economia.

***

O relatório admite que foram as medidas prudenciais de 2010-2011 que contribuíram para o desaquecimento imprevisto da economia e uma das maiores revisões (para baixo) das expectativas de crescimento.

Segundo o FMI, há uma série de fatores contribuindo para isso:

(i) a deterioração do sentimento global em relação à economia;

(ii) a queda no comércio intra-regional com a Argentina;

(iii) condições mais apertas de crédito em alguns segmentos de mercado.

e, inédito, o relatório constata que o câmbio apreciado provocou aumentos nos custos unitários contribuindo para a fraqueza da produção industrial.

***

Aí, se entra nas medidas atuais. O relatório anota que, desde agosto de 2011, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 400 pontos.

Mas muitos setores continuam inertes, como é o caso da indústria automobilística. afetado pela redução do volume de financiamentos no ano (fruto do aumento da inadimplência). Impressionou o Fundo a fraqueza dos investimentos internos. Mas animou-o o fato do consumo ter começado a se recuperar a partir do terceiro trimestre.

***

O relatório analisa a inadimplência do consumidor. Mesmo subindo, ainda representa parcela insignificante do crédito total, de 3,8% nos bancos privados e 2% nos bancos públicos.

O relatório é otimista em relação ao conjunto de medidas adotadas para reativar a economia.

Um dos pontos é o aumento do salário mínimo em 2012, que permitirá ampliar a renda disponível para consumo, especialmente por seus efeitos sobre aposentadoria e pensões. O segundo ponto é a geração de empregos no setor de serviços, que continua forte.

Finalmente, aposta nos efeitos da flexibilização monetária, que deverão se fazer mais nítidos no segundo semestre, assim como a redução da inadimplência.

Sua previsão é da economia estar crescendo a 4,5% no final de 2013. E, depois disso, mantendo um ritmo de crescimento de 4% ao ano.

***

O relatório considera que a crise na Europa poderá afetar a oferta de crédito externo. Mas considera que os bancos públicos poderão suprir essa lacuna garantindo o crescimento do crédito total no final do ano, influenciando a demanda em 2013.

O último relatório do FMI sobre o Brasil traz um enfoque que mostra as mudanças relativas na maneira do fundo analisar a economia.

O relatório começa reconhecendo os enormes avanços do país, em função de um misto de enquadramento econômico (responsabilidade fiscal, metas de inflação e taxa de câmbio flexível) e melhor distribuição de renda. Há elogios à inclusão financeira e comercial do país e a um sistema bancário forte e bem regulado.

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O dogmatismo do fundo não permite que se aprofunde na análise do câmbio. Para ele, os desequilíbrios que se manifestam na balança comercial (aumento desmedido da inflação) se devem ao desequilíbrio entre consumo e investimento. Por isso defende o desaquecimento provisório da economia, como maneira de recompor o equilíbrio. Há elogios aos últimos passos da política econômica, visando trazer competitividade à economia.

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O relatório admite que foram as medidas prudenciais de 2010-2011 que contribuíram para o desaquecimento imprevisto da economia e uma das maiores revisões (para baixo) das expectativas de crescimento.

Segundo o FMI, há uma série de fatores contribuindo para isso:

(i) a deterioração do sentimento global em relação à economia;

(ii) a queda no comércio intra-regional com a Argentina;

(iii) condições mais apertas de crédito em alguns segmentos de mercado.

e, inédito, o relatório constata que o câmbio apreciado provocou aumentos nos custos unitários contribuindo para a fraqueza da produção industrial.

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Aí, se entra nas medidas atuais. O relatório anota que, desde agosto de 2011, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 400 pontos.

Mas muitos setores continuam inertes, como é o caso da indústria automobilística. afetado pela redução do volume de financiamentos no ano (fruto do aumento da inadimplência). Impressionou o Fundo a fraqueza dos investimentos internos. Mas animou-o o fato do consumo ter começado a se recuperar a partir do terceiro trimestre.

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O relatório analisa a inadimplência do consumidor. Mesmo subindo, ainda representa parcela insignificante do crédito total, de 3,8% nos bancos privados e 2% nos bancos públicos.

O relatório é otimista em relação ao conjunto de medidas adotadas para reativar a economia.

Um dos pontos é o aumento do salário mínimo em 2012, que permitirá ampliar a renda disponível para consumo, especialmente por seus efeitos sobre aposentadoria e pensões. O segundo ponto é a geração de empregos no setor de serviços, que continua forte.

Finalmente, aposta nos efeitos da flexibilização monetária, que deverão se fazer mais nítidos no segundo semestre, assim como a redução da inadimplência.

Sua previsão é da economia estar crescendo a 4,5% no final de 2013. E, depois disso, mantendo um ritmo de crescimento de 4% ao ano.

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