Tenham paciência”, pediu o ex-presidente Lula em reunião com representantes de movimentos sociais, economistas e banqueiros em São Paulo, na segunda-feira 10. Instado pelo chamado mercado a revelar nomes do futuro ministério, caso vença as eleições, e a abraçar a agenda neoliberal, o petista desabafou: “A imprensa me cobra, quer saber do ministro da Economia, mas isso acontece desde 1989. Só se eu fosse bobo indicaria um ministro antes de ganhar as eleições”.
Pressões abertas e veladas de agentes do mercado e cobranças enviesadas por parte da mídia reeditam agora, de forma mais incisiva, a chantagem constatada no primeiro turno, com intensa participação dos meios de comunicação. Na sexta-feira anterior à eleição, a revista Veja deu como certa a escolha do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles para o Ministério da Economia, no caso de uma vitória petista. Segundo o semanário, a indicação seria anunciada nas próximas horas. A fake news foi desmentida no mesmo dia e é discutível se contribuiu para forçar o segundo turno, mas deve ter proporcionado ganhos especulativos para poucos. Também se especulou a respeito de uma versão da “Carta aos Brasileiros” de 2002 direcionada ao agronegócio, que apoia em peso Jair Bolsonaro. Integrantes da campanha petista repelem a ideia (na quarta-feira 12, Lula lançou uma missiva aos cristãos, na qual defende a liberdade religiosa, forma de espantar os boatos sobre sua intenção de fechar igrejas e templos).
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