Economia

Ex-diretor do FMI é condenado a 4 anos de prisão por crimes fiscais

O espanhol Rodrigo Rato também terá de pagar multa de mais de 2 milhões de euros (12,8 milhões de reais, na cotação atual)

Ex-diretor do FMI é condenado a 4 anos de prisão por crimes fiscais
Ex-diretor do FMI é condenado a 4 anos de prisão por crimes fiscais
O FMI comemora 75 anos (Foto: AFP)
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O espanhol Rodrigo Rato, ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, foi condenado a mais de quatro anos de prisão e a pagar multa de mais de 2 milhões de euros (12,8 milhões de reais, na cotação atual) por corrupção e crimes fiscais, anunciou um tribunal de Madri nesta sexta-feira 20.

O ex-ministro da Economia da Espanha foi condenado a quatro anos, nove meses e um dia de prisão por “três crimes contra as autoridades fiscais, um crime de lavagem de dinheiro e um crime de corrupção entre particulares”, informou, em um comunicado, o Tribunal Superior de Justiça de Madri.

Rato, ex-membro de peso do Partido Popular (PP, conservador), também foi multado em mais de 2 milhões de euros e condenado a pagar mais 568.413 euros (3,6 milhões de reais, na cotação atual) à Fazenda.

Ele, que foi vice-presidente no governo de José María Aznar, anunciou que irá recorrer da sentença, em declarações ao jornal ABC.

“Defenderei meus direitos nos recursos correspondentes contra uma decisão que me parece injusta e sem base legal”, disse Rato.

Rato já havia sido condenado em 2018 a quatro anos e meio de prisão por apropriação indevida em uma das ramificações do espinhoso caso Bankia, a entidade espanhola que chefiou entre 2010 e 2012, por ter pago gastos pessoais usando fundos do banco.

No entanto, ele foi absolvido em 2020 no julgamento pelo suposto lançamento fraudulento na bolsa do Bankia, seguido, um ano depois, do espetacular resgate do banco com uma injeção de 22 bilhões de euros (139 bilhões de reais em cotação da época) de fundos públicos.

Rato, de 75 anos, foi processado com outras 15 pessoas, acusadas de ajudá-lo a montar um esquema fraudulento para seu enriquecimento pessoal e de ocultar das autoridades fiscais espanholas um total de 8,5 milhões de euros (o equivalente a 54 milhões de reais em valores atuais) entre 2005 e 2015.

Segundo o Ministério Público da Espanha, ele usou várias empresas de investimento sediadas na Irlanda, no Panamá e no Reino Unido, agindo por meio de várias contas bancárias abertas nas Bahamas, na Suíça, em Luxemburgo, no Reino Unido e em Mônaco, entre outros.

O julgamento ocorreu no final de dezembro de 2023. A acusação, que na Espanha faz suas alegações finais antes do julgamento, havia pedido um total de 70 anos de prisão, 53 deles apenas por crimes fiscais.

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