Economia

EUA anunciarão reação contra o Brasil por julgamento de Bolsonaro, diz Rubio

O governo de Donald Trump já sobretaxou importações do Brasil, cancelou vistos de autoridades e sancionou Alexandre de Moraes

EUA anunciarão reação contra o Brasil por julgamento de Bolsonaro, diz Rubio
EUA anunciarão reação contra o Brasil por julgamento de Bolsonaro, diz Rubio
O presidente Donald Trump ao lado do secretário de Estado Marco Rubio. Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS /AFP
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O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que o governo de Donald Trump anunciará uma reação contra o Brasil, em resposta ao julgamento que condenou Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

Em entrevista à Fox News nesta segunda-feira 15, Rubio alegou que o Estado de Direito “está em colapso” e que um juiz em referência ao ministro Alexandre de Moraes perseguiu o ex-presidente.

“Haverá uma resposta dos EUA a isso. Teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre as medidas adicionais que pretendemos tomar”, disse o secretário.

Rubio também acusou Moraes de tentar aplicar “ações extraterritoriais contra cidadãos americanos”, em uma menção a decisões do magistrado que atingiram big techs sediadas nos Estados Unidos e alguns de seus usuários.

O julgamento de Bolsonaro, segundo ele, é mais um capítulo de uma “campanha de opressão judicial” para atingir empresas americanas.

Os Estados Unidos já aplicaram uma sobretaxa de 50% contra a importação de diversos produtos do Brasil, cancelaram vistos de autoridades e sancionaram Moraes com base na Lei Magnitsky.

Rubio e Trump desconhecem — ou ignoram — as provas que levaram à condenação de Bolsonaro por golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Ao justificar o cálculo da pena de 27 anos e três meses de prisão, Moraes afirmou que o ex-capitão “agiu para instrumentalizar o aparato estatal com o intuito de provocar a instabilidade social e se manter no poder”.

Segundo o ministro, espera-se que aquele que alcança o mais alto cargo da República trabalhe com rigor institucional, “o que não se viu”. Pelo contrário, prosseguiu o relator: configurou-se o funcionamento de uma organização criminosa voltada a desestabilizar as instituições democráticas, o que torna a culpabilidade do ex-presidente “altamente desfavorável”.

Moraes também ressaltou que os crimes buscavam “aniquilar as bases do Estado Democrático de Direito”.

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