Gestantes em situação de vulnerabilidade social tiveram mais chances de vida durante e após o parto por conta do apoio do Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo realizado no Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), divulgado nesta segunda-feira 6.
O estudo analisou 7.912.067 milhões de mulheres que tiveram um parto entre 2004 a 2015, cujas famílias tinham acesso ao programa.
Mulheres que até o dia do parto tinham entre um e quatro anos recebendo Bolsa Família tiveram taxa de proteção de 15 % para morte materna, já aquelas cobertas entre cinco e oito anos tiveram um fator de proteção de 30%.
Ao todo, a taxa de proteção é de até 31% quando o benefício se deu por tempo maior ou igual a nove anos antes até a gestação.
Isto porque o benefício atua, não só diminuindo a vulnerabilidade econômica da família, mas para que a gestante realize o pré-natal e todos os cuidados médicos necessários no pós-parto, reduzindo assim os riscos de morte.
Em 2021, a mortalidade materna no Brasil alcançou uma média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos, de acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna do Ministério da Saúde. Na lista das principais causas da mortalidade materna estão a hipertensão, infecção e hemorragia, principalmente no pós-parto.
“Há situações em que o risco é semelhantes países em condições de pobreza maior que o Brasil. Isso diz muito de como as mulheres são tratadas”, comenta a pesquisadora Flávia Alves, doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA).
Na reestruturação do Bolsa Família, extinto na gestão Bolsonaro, há determinação de valor base de 600 reais e adicional às gestantes e a famílias com crianças de 6 anos, como uma política de proteção à primeira infância.
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