Economia

Endividamento das famílias bate recorde em julho, segundo CNC

O índice chegou a 78%, a maior taxa já registrada desde 2010

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
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O endividamento das famílias brasileiras voltou a bater recordes depois de três meses em queda. Os dados são da pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada nesta segunda-feira 8. 

Apenas em julho, o índice chegou a 78%, a maior taxa já registrada desde 2010, quando se iniciou a apuração mensal. No mês, houve um aumento de 0,7 ponto percentual na comparação com junho e 6,6% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

Além da inadimplência, famílias brasileiras também têm contas atrasadas. Pelo menos 29% dos lares não conseguem quitar suas dívidas em dia.  Já o percentual de comprometimento da renda com dívida representa mais da metade dos rendimentos de 22% dos brasileiros. 

“A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano”, avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A parcela de brasileiros que não pagam as suas dívidas ou que possuem débitos referentes a meses anteriores é maior entre os consumidores que não concluíram o ensino médio. 

A aceleração do endividamento das famílias brasileiras acelerou de forma semelhante entre aqueles que têm renda de mais de 10 salários mínimos por mês e entre os que recebem ainda mais. No entanto, a crise recai de forma diferente nos dois grupos. 

“As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços, então elas acabam gastando uma parcela maior do orçamento para fazer frente ao aumento da inflação. Ou seja, as famílias com menor renda foram mais afetadas e aumentaram o endividamento, a despeito dos juros altos, para sustentar seu nível de consumo”, explicou Izis Ferreira, economista da CNC, responsável pela pesquisa.

O cartão de crédito continua o maior fator de endividamento dos brasileiros. Do total de pessoas com dívidas em aberto no País, 85,4% correspondem a ele.

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