Economia

Emprego formal cresce em junho, mas demissões ainda superam contratações em 12 meses

Dados dos Ministério do Trabalho mostram a criação de 9.821. Agropecuária segura corte de vagas nos demais setores

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Pelo terceiro mês consecutivo o número de novas vagas de emprego com carteira assinada superou as demissões. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira 17 pelo Ministério do Trabalho, o Brasil criou 9.821 vagas formais em junho deste ano, a primeira vez, desde 2014, que houve criação de postos formais no mês de junho. No mês passado foram 1.181.930 contratações e 1.172.109 demissões.

Os mais recentes dados sobre o mercado de trabalho mostram que o desemprego parou de aumentar. Boa notícia à primeira vista, mas que precisa ser olhada mais de perto: precarização e a desistência da busca por trabalho podem explicar o comportamento dos números. E a reforma trabalhista, sancionada pelo presidente Michel Temer, pode fazer com que um cenário conjuntural passe a ser estrutural.

Os dados do mês passado, porém, mostram forte desaceleração na geração de emprego em relação a maio, quando a criação de vagas com carteira assinada superou as demissões em 34.253 em postos.

Com o resultado de junho, o Brasil fechou o primeiro semestre de de 2017 com a geração de 67.358 mil vagas, uma expansão de 0,18% em relação ao estoque de dezembro de 2016. Em igual período de 2016, o saldo foi negativo em 531.765 vagas. Apesar disso, nos últimos doze meses até junho o saldo para o mercado de trabalho ainda é negativo, com a demissão de 749.060 trabalhadores com carteira assinada.

O saldo positivo de junho foi impulsionado principalmente pela Agropecuária, que fechou o mês de junho com 36.827 novos postos, crescimento de 2,29%, repetindo o bom desempenho de maio, quando já havia registrado saldo positivo de 46.049 novos postos de trabalho. O outro destaque positivo setorial foi a Administração Pública, que fechou o mês com a criação de 704 novas vagas de emprego.

Os demais setores, porém, refletem a dificuldade do emprego crescer diante de um cenário econômico incerto. A Construção Civil cortou com 8.963 postos; a Indústria de Transformação, outros 7.887 postos; Serviços, 7.273 empregos a menos; e Comércio, com redução de 2.747 postos.

Por região

O desempenho regional do emprego com carteira, em junho, mostra que o Sudeste liderou a criação de vagas, com 9.273 novos postos. O desempenho da região foi puxado por Minas Gerais, que teve saldo positivo de 15.445 postos, graças à expansão dos setores de Agropecuária (+17.161 postos) e Serviços (+901 postos).

Outro destaque entre as regiões foi o Centro-Oeste, que abriu 8.340 vagas (+0,26%). Nesse caso, o saldo positivo foi impulsionado pelo Mato Grosso, com 5.779 vagas abertas, principalmente nos setores de Agropecuária (+2.614), Comércio (+1.070), Serviços (+761), Construção Civil (+757) e Indústria de Transformação (+531). Goiás também teve forte expansão, com 4.795 novos postos, refletindo o desempenho de Indústria de Transformação (+2.117), Serviços (+1.486) e Construção Civil (+628).

IBGE

No próximo dia 28 de junho o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados do mercado de trabalho que fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad) contínua, com dados do trimestre encerrado em junho.

Os dados do IBGE são considerados mais realistas, pois englobam também o emprego informal e são apurados por pesquisa, com base em quem está procurando por emprego, e não pelos dados informados pelas empresas, como o Caged.

Os últimos dados são positivos, mas ainda não apontam recuperação. O número de brasileiros em busca de um emprego atingiu 13,8 milhões no trimestre encerrado em maio de 2017. Com isso, a taxa de desocupação atingiu 13,3%.

 

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