Economia
Em quatro anos, setor de bebidas envia US$ 8,2 bilhões ao exterior
Empresas de bebidas ultrapassaram indústria automobilística em remessas em 2012. Conheça algumas das principais companhias da área
Sempre entre as áreas da economia brasileira que mais enviam remessas de dinheiro ao exterior, a indústria de bebidas ultrapassou o setor automobilístico no topo destas operações em 2012. No último ano, foram 2,49 bilhões de dólares remetidos a matrizes. Esse valor, entretanto, ultrapassa 8,2 bilhões de dólares no período entre 2008 e 2012, segundo dados do Banco Central. O total é um pouco inferior ao orçamento anual de Belo Horizonte, uma cidade com 2,5 milhões de habitantes.
Assim como a indústria de automóveis, que liderou o ranking por oito anos, as grandes empresas de bebida do Brasil pertencem (total ou parcialmente) a grupos internacionais. Entre as principais estão a Ambev, PepsiCo, Coca-Cola, Schincariol e Femsa. O que favorece o envio de remessas.
Segundo dados do Ibope Inteligência, o comércio de bebidas movimentou cerca de 17,7 bilhões de reais em 2012 com a venda de água, refrigerantes, suco, refresco, cerveja, vinho, champanhe e destilados. E esses valores devem aumentar devido aos eventos esportivos a serem sediados no Brasil, como a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas.
Quem são as maiores empresas do setor?
A maior empresa de bebidas do País é a Ambev, integrante do grupo brasileiro-belga Inbev que atua em mais de 25 países e detém diversas marcas importantes.
A companhia, que atua no País com cervejas, refrigerantes, águas gasosas, tônicas, isotônicos e sucos industrializados, teve um lucro líquido de 2,5 bilhões de reais apenas no terceiro trimestre de 2012, período no qual registrou receita de 8,04 bilhões. Em 2011, fechou o ano com lucro líquido de 8,641 bilhões de reais. É mais que o orçamento de Curitiba para 2013.
O grupo Coca-Cola também figura entre os maiores do setor no Brasil, o seu quarto mercado mais importante no mundo. A multinacional norte-americana trabalha em sete segmentos não-alcoólicos (águas, chás, refrigerantes, sucos, energéticos, bebidas à base de carboidrato e sais minerais e lácteos), com mais de 100 produtos em sua linha. No País, tem 46 unidades industriais que geram 60 mil colaboradores diretos e mais de 600 mil empregos indiretos.
No quarto trimestre de 2012, a empresa vendeu 11,3 bilhões de litros de seus produtos no Brasil, o melhor desempenho na América Latina. E lucrou 1,27 bilhão de dólares no continente.
A Pepsico, segunda maior fabricante de refrigerantes do mundo e responsável pela Pepsi, atua no Brasil com achocolatados, águas gasosas com sabor e alimentos. A empresa norte-americana lucrou 6,4 bilhões de dólares no mundo, em 2011.
A antiga Schincariol é outra entre as maiores do setor. Comprada por 4 bilhões de reais em 2011 por um grupo japonês, passou a se chamar Brasil Kirin. O Brasil é o um dos cinco maiores mercados da empresa do mundo, que aqui domina 16,6% do mercado de cerveja e 6,83% do de refrigerantes.
Nos primeiros nove meses de 2012, a Kirin teve queda nos lucros e faturou “apenas” 316 milhões de dólares no mundo.
A Femsa, dona da Kaiser e distribuidora da Coca-Cola, também está na lista. A empresa mexicana gera mais de 2,1 mil empregos diretos e indiretos no Brasil, além de estar em outros oito países da América Latina (México, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela e Argentina).
Atua no ramo de refrigerantes, sucos, café, água engarrafada e bebidas energizantes. Somente em suas operações com a Coca-Cola, lucrou 553,2 milhões de reais no terceiro trimestre de 2012.
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