Economia

Em ata, Copom prevê novos cortes nos juros em 2024, mas prega ‘disciplina fiscal’

Comitê explicou razões para queda de 0,5% na taxa Selic, promovida na semana passada

Em ata, Copom prevê novos cortes nos juros em 2024, mas prega ‘disciplina fiscal’
Em ata, Copom prevê novos cortes nos juros em 2024, mas prega ‘disciplina fiscal’
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou, nesta terça-feira 19, a ata da reunião realizada na semana passada, que decidiu reduzir de 12,25% para 11,75% a taxa básica de juros no país.

Segundo o texto, que dá detalhes sobre como a decisão foi tomada e traça cenários sobre o futuro econômico do país, uma nova queda de 0,5% na Selic poderá acontecer na próxima reunião. O ritmo da queda foi considerado “apropriado” pelo comitê.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz trecho do documento. 

O grupo – composto pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e por vários diretores do órgão – considerou que o cenário econômico internacional está se tornando mais favorável. 

“O Comitê avalia que a conjuntura internacional se mostra menos adversa que na reunião anterior. Os dados mais recentes, ainda que incipientes, sugerem uma moderação de crescimento e um arrefecimento das pressões inflacionárias em alguns países, especialmente na parte de bens industriais e commodities energéticas. Em função disso, para vários membros do Copom, houve um aumento da probabilidade da ocorrência de um pouso suave nos Estados Unidos”, diz o grupo.

Entretanto, o cenário internacional ainda vem se mostrando volátil, o que demanda prudência na condução da política monetária. “O Comitê relembrou que a incorporação de cenários e variáveis exógenas, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, se dá por meio de seus impactos na dinâmica prospectiva de inflação, sem relação mecânica com a determinação da taxa de juros”, aponta o documento.

Em termos de política interna, a ata chama a atenção para a necessidade de que o governo federal mantenha a disciplina fiscal. Eventual mudança nesse cenário poderia fazer o comitê reduzir o ciclo de cortes na Selic.

“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, diz trecho da ata.

Leia a íntegra do documento:

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