‘É inconstitucional’: Haddad indica que judicializará a desoneração da folha de pagamentos

O Congresso derrubou nesta quinta-feira 14 o veto do presidente Lula à extensão do benefício

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Kelly Fersan

Apoie Siga-nos no

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), indicou que o governo deve acionar a Justiça contra a decisão do Congresso Nacional de prorrogar a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia até 2027.

A extensão do prazo havia sido barrada por Lula (PT) em novembro, mas o veto do presidente acabou derrubado pelo Congresso nesta quinta-feira 14.

Para o ministro, essa renúncia fiscal é inconstitucional e não está prevista no Orçamento da União para 2024.

“Venho alertando ao Congresso Nacional há sete ou oito meses que é inconstitucional. Mas, conforme eu falei, não existe da nossa parte nenhum ânimo de antagonizar, nós queremos uma solução”, declarou.

A desoneração é um benefício fiscal concedido a empresas que, supostamente, têm alta empregabilidade no País.

O incentivo é baseado na justificativa de que a desoneração gera empregos e que a sua suspensão pode provocar demissões em massa.


Na prática, a desoneração permite que os empresários passem a pagar uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Sem essa política, os impostos seriam equivalentes a 20% da folha de pagamentos.

Haddad afirmou que a ideia inicial seria apresentar uma alternativa antes da sessão de vetos, mas “não houve da parte do Congresso desejo de esperar”. A expectativa, segundo ele, é que o texto esteja pronto na semana que vem.

“É uma questão muito delicada e, conforme eu disse, já tem um parecer da AGU [Advocacia-Geral da União] sobre a inconstitucionalidade”, prosseguiu. “Obviamente que o governo vai tomar as providências, sem deixar de apresentar uma alternativa. Nós queremos apresentar uma alternativa.”

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.