Economia

Disney entra com força na guerra do streaming

Com filmes da Marvel, Pixar e série do núcleo Star Wars, Disney estreou de forma arrasadora: 10 milhões de assinantes só no primeiro dia

Força total. Em um dia, o Disney+ conquistou 10 milhões de assinantes
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A aguardada entrada da Disney na guerra do streaming provou que os dias do virtual monopólio global da Netflix estão verdadeiramente acabados. Apoiado por uma biblioteca estelar de conteúdo, dos filmes da Marvel e Pixar à série de ação de 100 milhões de dólares The Mandalorian, do núcleo Star Wars, a Disney+ atraiu 10 milhões de consumidores no primeiro dia.

Nem mesmo uma falha técnica que travou temporariamente o serviço espantou os fãs em seus mercados de lançamento, Estados Unidos e Países Baixos, embora os números de inscrição fossem inchados ao oferecer o serviço gratuitamente aos clientes da operadora de celular Verizon durante um ano.

Os investidores estão animados – o preço das ações da Disney subiu mais de 7% com a notícia da adesão no dia do lançamento. A sensação é de que a Netflix e, em menor grau, a Amazon enfrentam uma terceira superpotência.

O serviço da Disney, que por 6,99 dólares ao mês nos EUA representa cerca da metade do preço do pacote mais popular da Netflix, está bem encaminhado para sua meta de 60 milhões a 90 milhões de assinantes em todo o mundo até 2024.

O Disney+ chegará à Austrália e à Nova Zelândia na próxima semana e ao Reino Unido em 31 de março, como parte do lançamento na Europa Ocidental. A implantação na Ásia-Pacífico também começará no próximo ano, e na América Latina em 2021.

As rachaduras podem finalmente começar a aparecer na Netflix, que mais uma vez elevou seu orçamento anual para 15 bilhões de dólares, pois a necessidade inexorável de conteúdo cada vez mais caro para conquistar assinantes cobra seu preço. A Netflix possui mais de 30 bilhões de dólares em dívidas e obrigações de longo prazo relacionadas à criação e ao licenciamento de programas.

No início deste ano, a necessidade de aumentar seu arsenal levou a Netflix a aplicar os maiores aumentos de preços na história da empresa, de até 18%. Isso, no segundo trimestre, levou à primeira perda de assinantes nos EUA.

A Netflix prevê que em 2019 não terá tantos novos clientes quanto no ano passado, e é a primeira vez que não registra crescimento anual desde que o serviço de streaming foi criado, em 2007.

A entrada de novos concorrentes agita o mercado: quase 800 séries estão em fase de produção

Estima-se que existam quase 800 novas séries de tevê roteirizadas em produção pelos principais serviços internacionais de streaming, como Netflix, Disney, Amazon e Apple, a maioria das quais chegará nos próximos 12 meses.

Um espectador médio levaria de quatro a cinco anos para assistir apenas a esses novos programas, sem falar em conteúdo com tarifa antiga e sem roteiro, como reality shows, programas de calouros e documentários.

“Não sei se eu chamaria isso de bolha, mas, se o atual crescimento nos gastos com conteúdo for mantido, logo se tornará incontrolável”, diz Richard Broughton, analista da Ampere.

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