Um projeto no litoral nordestino oferece sérios riscos ambientais, além de ameaçar comunidades locais de pescadores, marisqueiras, quilombolas e indígenas. A obra, estimada em mais de 800 milhões de reais e de responsabilidade da empresa Tabulog Tabu Logística, é para a instalação de um terminal portuário de combustíveis na Praia de Pitimbu, na Paraíba, na divisa com Goiana, em Pernambuco. Cabe à Superintendência de Administração de Meio Ambiente (Sudema) paraibana e ao Conselho de Meio Ambiente da Paraíba dar aval ao empreendimento, que promete abrir 224 postos de trabalho e gerar impostos para o município.
“Novamente, nos vemos obrigados a escolher entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. No momento em que acontece a COP-27, todo mundo preocupado com as mudanças climáticas globais, querendo diminuir o uso de combustíveis fósseis no mundo, esse projeto vai sacrificar pescadores, que sobrevivem do que a natureza oferece”, critica o antropólogo Pedro Castelo Branco Silveira, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. “Quais são as vantagens previstas? Com certeza o empreendedor terá benefícios financeiros. Mas quantos milhares de pescadores podem ter as suas atividades centenárias prejudicadas por conta desse empreendimento? As populações mais vulneráveis colhem os prejuízos, enquanto os lucros ficam para os empresários. Isso é um caso clássico de injustiça e racismo ambiental.”
Pescadores, marisqueiras, quilombolas e indígenas arcarão com os prejuízos do empreendimento
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