Economia

Desemprego recua para 8,1% no Brasil, segundo IBGE

No trimestre encerrado em novembro, a taxa é a mais baixa desde 2015

Foto: Valdecir Galor/SMCS
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A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8,1% no semestre encerrado em novembro, conforme indicou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira 19. O número representa 8,7 milhões de pessoas. O recuo é de 0,9% em relação ao trimestre de junho a agosto de 2022. Quando comparado a novembro de 2021, a queda é de 3,5%. Esta é a menor taxa desde o trimestre encerrado em abril de 2015.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que acompanha as flutuações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. Ela foi implementada no país em outubro de 2011 e passou a valer, de modo definitivo, em 2012.

O IBGE informou, ainda, que a taxa de desemprego vem caindo há seis trimestres consecutivos. O número se refere a pessoas que estão desempregadas, mas permanecem procurando empregos.

Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, o principal fator que contribuiu para o recuo da taxa de desemprego foi o aumento de 0,7% no número de indivíduos ocupados. O valor representa 680 mil pessoas a mais no mercado de trabalho brasileiro. No setor privado, o aumento da ocupação foi de 2,3%.

Os números da PNAD Contínua mostraram o cenário da informalidade no mercado de trabalho. O número de empregados sem carteira no setor privado manteve-se estável, quando comparado ao trimestre anterior, quando estava em 13,3 milhões de pessoas. Por outro lado, quando comparado ao ano, o número cresceu 9,3%, o que representa 1,1 milhão de pessoas que trabalham no setor privado sem carteira assinada.

A taxa de informalidade, que mede a parcela dos trabalhadores informais em relação ao total da população ocupada, foi de 38,9%. Um recuo de 0,9% em comparação com o trimestre anterior.

A informalidade é um dos principais desafios não apenas do mercado brasileiro, mas da América Latina. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou, em dezembro do ano passado, um relatório que aponta que 1 a cada 2 pessoas da região trabalha em condições de informalidade. Esse grupo, segundo a organização, tem de 2 a 5 vezes mais chances de estar na pobreza. A sustentação de altas taxas de informalidade contribui para a criação de uma camada de trabalhadores que, mesmo exercendo os seus trabalhos, permanecem pobres.

Pelos números divulgados pelo IBGE, hoje, o rendimento real habitual no Brasil cresceu 3% no trimestre e 7,1% no ano. Isso representa um rendimento real de 2.787 reais. O valor de 7,1% no ano pode ser comparado à taxa de inflação no país que, em 2022, ficou em 5,79%. Itens básicos de consumo da população brasileira, como alimentos e bebidas, porém, tiveram uma alta de 11,54% no ano passado. Itens de saúde e cuidados pessoais ficaram 11,43% mais caros.

Projeções da Organização Internacional do Trabalho

Na última segunda-feira 16, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou o seu informe anual sobre desemprego no mundo. A organização revelou suas perspectivas sobre o mercado de trabalho brasileiro.

Embora tenha assinalado que o Brasil “registrou um crescimento muito forte no emprego, e uma grande redução de desemprego, no decurso de 2021 e 2022”, a organização manifestou a sua expectativa de que a tendência de crescimento pare.

“Esperamos que esta tendência descendente pare em 2023, devido ao ambiente econômico global mais difícil. Mas não esperamos uma deterioração do mercado de trabalho no país”, disse a OIT.

A instituição estimou que o índice de desemprego no Brasil, para 2023, fique em 9,1%, o que representaria quase 10 milhões de brasileiros sem trabalho. Em relação ao cenário global, a OIT estima que 2023 terá 208 milhões de pessoas desempregadas, o que representaria 3 milhões de pessoas a mais sem emprego, em comparação a 2022.

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