Economia
Desemprego chega a 7% e atinge o percentual mais baixo para o 1º trimestre desde 2012
Total de desempregados no Brasil chega a 7,7 milhões de pessoas, segundo o levantamento do IBGE


A taxa de desemprego no Brasil chegou a 7% no trimestre encerrado em março de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quarta-feira 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado do IBGE é um alento quando se compara com o histórico a longo prazo, tendo atingido o menor percentual para o período desde 2012, início da série histórica do instituto. Na comparação com o ano passado também há melhora: o índice, naquele período, foi de 7,9%.
O resultado divulgado nesta quarta-feira, entretanto, indica uma tendência de crescimento, com alta de 0,8% na comparação com o trimestre anterior, quando foi de 6,2%. O índice do trimestre encerrado em fevereiro, por sua vez, é de 6,8%, também menor do que o volume atual.
Crescimento habitual no período
Segundo o IBGE, o crescimento não chega a ser alarmante, já que o início do ano costuma ser uma época mais difícil para o mercado de trabalho, ao menos no que se refere ao número de empregos. Isso acontece porque o primeiro trimestre costuma ser um período em que trabalhadores temporários contratados no final do ano anterior – por conta do Natal, por exemplo – costumam ser dispensados.
No primeiro trimestre deste ano, o total de desempregados no Brasil chegou a 7,7 milhões de pessoas. Para efeito de comparação, o aumento é de 13,1% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Agora, quando se compara o contingente atual com aquele registrado no primeiro trimestre do ano passado, a lógica é inversa: nos primeiros três meses de 2024, o total de desempregados estava 10,5% acima do registrado hoje.
Segundo o IBGE, o aumento do desemprego na comparação trimestral se deve ao fato de que há mais pessoas buscando trabalho. Para calcular o desemprego, o órgão considera o total de pessoas acima de 14 anos que buscam emprego, mas não conseguem encontrar.
“O bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres não chega a ser comprometido pelo crescimento sazonal da desocupação. Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”, diz Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
Rendimento
Outro dado que indica aquecimento do mercado de trabalho é a renda: aqueles que conseguem emprego atualmente estão recebendo (na média) mais do que antes, segundo o IBGE. O rendimento real habitual de todos os trabalhos ficou em 3.410 reais, de acordo com o instituto. O montante estabelece um novo recorde na série histórica. Na comparação trimestral, a alta na renda média foi de 1,2%. Já na comparação anual, a subida foi de 4%.
Assim, a massa de rendimento real habitualmente recebida por pessoas ocupadas, levando em consideração todos os trabalhos, totalizou 345,048 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano. O número ficou estável em relação ao trimestre anterior.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Desemprego entre jovens cai pela metade em 5 anos, aponta Ministério do Trabalho
Por Agência Brasil
Estudo refuta ideia de que ‘renda grátis’ induza à preguiça
Por Deutsche Welle