Economia

Desemprego cai para 12,3% no trimestre encerrado em julho

Há 12,9 milhões de brasileiros sem trabalho. Desistência na busca por emprego explica queda do índice

Desalento recorde e informalidade reduziram desemprego
Apoie Siga-nos no

O índice de desemprego caiu para 12,3% no trimestre encerrado em julho, uma retração tanto na comparação com os três meses imediatamente anteriores (0,6 ponto) quanto com o mesmo período do ano passado (0,5 ponto). Ainda assim, há no País 12,9 milhões de brasileiros em busca de trabalho. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De toda a força de trabalho do mercado brasileiro, 24,5% está subutilizada27,6 milhões de pessoas. Mas o que mais chama a atenção entre os dados divulgados hoje é o número de pessoas desalentadas, que chegou a 4,8 milhões no trimestre de maio a julho de 2018, uma alta de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado recorde na série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

O percentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho ou desalentada foi estimado em 4,4% no trimestre de maio a julho de 2018. É justamente essa desistência que puxou para baixo o índice, já que essas quase 5 milhões de pessoas deixam de ser contabilizadas como desempregadas, ou sejam, saem do cálculo do IBGE.

Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e estava apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações medidas. A taxa composta de subutilização da força de trabalho agrega os desempregados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial.

Já o desalento, que faz parte da força de trabalho potencial, engloba as pessoas que estavam fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguiam trabalho, ou não tinham experiência, ou eram muito jovens ou idosas, ou não encontraram trabalho na localidade – e que, se tivessem conseguido trabalho, estariam disponíveis para assumir a vaga.

Leia também: 
Da fantasia ao desalento: emprego patina e falta trabalho para 12,4%
Desistência e informalidade seguram a taxa de desemprego no País

Informalidade

O número de empregados com carteira de trabalho assinada chegou a 33 milhões no fim de julho, dado estável na comparação com o trimestre anterior e com o mesmo período do ano passado. Do total de pessoas ocupadas, 11,1 milhões não têm registro em carteira, número estável em relação ao trimestre anterior, mas 3,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,1 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2018. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,1% (mais 483 mil pessoas).

Esses dados ajudas a explicar porque a taxa total de desemprego começou a cair em relação aos dados de 2017. Apesar da queda, as vagas que se abrem são informais ou iniciativas do próprio trabalhador em busca de renda.

A precariedade das novas vagas também aparece na renda. Apesar de haver mais pessoas trabalhando, a massa de rendimento real habitua, que é a soma de todo os proventos dos trabalhadores, foi de 197,2 bilhões de reais ao fim de julho, estável em relação ao trimestre anterior (195,9 bilhões de reais) e ao mesmo trimestre de 2017 (193,4 bilhões de reais).

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo