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Custos em alta

O preço das matérias-primas pressiona as empresas, principalmente no Brasil

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Os custos com matéria-prima tiveram maior peso na inflação para 31% das empresas brasileiras nos últimos 12 meses, aponta o estudo International Business Report, da consultoria Grant Thornton, realizado em 28 países com mais de 4,6 mil empresários. Na América Latina, o impacto dessa despesa foi de 30%, 10 pontos porcentuais acima da média global de 21%. Outros custos que causaram ­impacto nos negócios, segundo os entrevistados, foram os de serviços públicos de energia, de transporte e os impostos, que no Brasil tiveram peso de 26% em cada um desses itens, enquanto na região registraram 22%, 24% e 21%, para a média global de 20%, 20% e 17%, respectivamente. Além disso, os custos de equipamentos também inflacionaram os negócios em 25% para os empresários brasileiros, 21% na América Latina e 18% na média global. Em seguida, vêm os ­custos bancários (juros), com 23% no Brasil, 19% na América Latina e 16% na média global. No Brasil, entre os itens avaliados, os salários tiveram o menor impacto na alta dos custos dos negócios (18%), índice próximo ao registrado na América Latina e na média global, que ficou em 17% em ambas. No caso de aumentos salariais na faixa de 1% a 10%, o impacto foi de 26%. Na faixa de 11% a 20%, o impacto caiu para 20%. Na faixa entre 21% e 30%, o impacto foi de 13%.

Imagem: Isac Nóbrega/PR


CARBONO NO CERRADO

Imagem: iStockphoto

A Companhia Brasileira de Alumínio e a desenvolvedora de projetos de economia verde Reservas Votorantim anunciaram a emissão dos primeiros créditos de carbono do Cerrado. A Votorantim certificou uma área de 11,5 mil hectares em Goiás, capaz de gerar cerca de 50 mil créditos de carbono por ano. Perto de 316 mil créditos foram emitidos e serão leiloados a um valor estimado de 5 milhões de dólares. A referência são os créditos de carbono emitidos no bioma Amazônia (10 a 18 dólares a tonelada). A Votorantim calcula que o valor precisaria chegar a 40 dólares a tonelada para os sojicultores manterem o bioma no Cerrado.


VERDE

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social lançou o segundo edital de Chamada para Aquisição de Créditos de Carbono no Mercado Voluntário, no montante de 100 milhões de reais, para o desenvolvimento de um mercado para comercialização dos títulos de carbono e incentivar padrões de qualidade dos projetos. A chamada contempla projetos de reflorestamento, redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, energia (biomassa e metano) e agricultura sustentável. Serão contratadas, no máximo, duas propostas apresentadas por proponente, no valor total de até 25 milhões de reais.


CALOTE

Pesquisa da empresa europeia de cobranças Intrum com 700 companhias de pequeno a grande porte mostra que 66% acreditam que o risco de atraso ou calote nos pagamentos vai aumentar nos próximos 12 meses. Atualmente, 61% das companhias estão com dificuldades de pagar seus fornecedores em dia, em razão da inflação. Entre 2021 e 2022, saltou de 47% para 56% a proporção de empresas que precisaram pedir para estender os prazos de pagamento aos fornecedores, por causa das incertezas macroeconômicas. A Intrum publica o Relatório sobre Pagamentos na Europa desde 1998. Este é o segundo no Brasil.


RASTRO

A Renner, maior varejista de moda do Brasil, com 17,7 milhões de clientes em seu ecossistema e receita de 9,5 bilhões de reais em 2021, lançou a primeira coleção de ­jeans rastreada por ­blockchain, que permite acompanhar todo o ciclo produtivo, do cultivo do algodão à fabricação das peças, no 13º Congresso ­Brasileiro do Algodão, em Salvador (BA), onde mostrou a novidade para os donos da matéria-prima: os produtores da fibra que garantem a origem certificada do jeans. O anúncio de que as peças iriam para o mercado foi feito em maio, com o início das operações em junho e julho, ainda como um projeto piloto.


PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1224 DE CARTACAPITAL, EM 7 DE SETEMBRO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Custos em alta”

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