Contas públicas, cadê o drama?

Há muito exagero no que se diz sobre risco fiscal

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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Pergunte, leitor, a economistas ligados ao mercado qual o principal problema macroeconômico brasileiro. Nove em dez responderão, acredito, que é o “risco fiscal”, isto é, a situação problemática, alguns dirão calamitosa, das contas públicas.

Tem cabimento? Bem, há alguma verdade nisso. As dificuldades fiscais são inegáveis. Mas será a questão das contas públicas realmente o principal problema? Cabe falar em situação calamitosa?

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 9 de fevereiro de 2022 03h48
De fato caro professor, o ajuste fiscal pode preocupar os homens do mercado que estão amparados em seus ricos dividendos e a volatilidade das ações tendendo para cima ou para baixo, mas sem nenhum drama. As contas públicas brasileira é motivo de cautela, mas os pobres no Brasil, depois da pandemia e das reformas trabalhistas e previdenciárias, além dos desempregados e dos que estão na miséria nunca estiveram tão desamparados desde Temer com o seu famigerado teto dos gastos. Com Bolsonaro, pior ainda. Não vemos nem ouvimos a mídia tão crítica do governo Dilma, alardear, no atual governo sobre o tal risco fiscal. Imaginemos se um governo no Brasil resolvesse não gastar um centavo no setor social, deixando morrer de fome milhões de pessoas de modo a intensificar o tal ajuste fiscal. Perguntaríamos: Para que serve o Estado? Para servir a quem? Aos banqueiros e especuladores ou ao povo? Com a recessão provocado pelas últimas investidas de retração de gastos públicos da dupla Temer-Bolsonaro só causou mais desigualdade. Precisamos mesmo de um choque de keynesianismo, de crescimento econômico com geração de empregos, e um aumento do Bolsa Família, indevidamente mudado de nome para o tal Auxílio Brasil. Que termine logo esse desgoverno e que venha o novo governo com a esperança de dias melhores.

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