Economia
Comunicado do Banco Central deixa uma ‘porta aberta’ para o corte de juros, diz Campos Neto
O presidente da instituição comentou o Relatório Trimestral de inflação, a projetar um crescimento de 2% do PIB
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a maioria dos integrantes do Conselho de Política Monetária decidiu “deixar a porta aberta” para uma mudança na taxa Selic.
Na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, nesta quinta-feira 29, o economista reconheceu que a mais recente reunião do Copom foi marcada por divergências.
“Você tem um grupo que entendeu que não era bom deixar a porta aberta de forma alguma e um grupo que entendeu que era bom deixar a porta aberta. O que predominou foi a visão de baixar a porta aberta“, afirmou.
Campos Neto pontou ainda que o BC possui dois instrumentos de divulgação sobre uma reunião do Copom: o comunicado e a ata do encontro . “A função do comunicado é expressar uma opinião de consenso. E a ata tem o objetivo de explicar o que foi discutido na reunião. Quando você tem uma reunião bem dividida, como foi a última, explicamos [essa divergência] na ata”, declarou.
Na semana passada, o BC manteve, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, apesar dos sinais de queda da inflação. O comunicado inicial não sinalizou um corte futuro na taxa, o que foi motivo de crítica por integrantes do governo federal. Já a ata da reunião do Copom, divulgada na última terça-feira 27, suavizou o tom, mas alegou que a conjuntura atual é marcada por “expectativas desancoradas”.
Sobre o modo como o BC comunicou os termos da última reunião, Campos Neto disse que houve uma incoerência. “A gente entende que o comunicado tinha deixado, na nossa opinião, a porta aberta. Eu vejo que teve bastante ruído em torno disso.”
Relatório Trimestral de Inflação
O BC apresentou nesta quinta os dados do Relatório Trimestral de Inflação. O diretor de Política Monetária Diogo Abry Guillen explicou que itens como bens industriais e serviços estavam acima do teto da meta da inflação (atualmente, em 4,75%).
O órgão subiu a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto do País. No relatório de março, a expectativa era de um crescimento de 1,2%. Agora, a previsão é que o PIB avance 2,0%. O relatório ressaltou, porém, que a projeção reflete um cenário de desaceleração da atividade econômica.
Sobre a inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -, o BC projeta um índice de 5,0% em 2023. O percentual ficou abaixo do projetado em março (5,8%).
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