Economia

Combate à fome deixou de ser prioridade dos governos, diz Tereza Campello

Ex-ministra do Desenvolvimento Social comenta dados do IBGE, que revelam: 10 milhões de pessoas vivem insegurança alimentar no País

Foto: José Cruz/Agência Brasil Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O Brasil tem cerca de 10,3 milhões de pessoas que enfrentaram algum grau de insegurança alimentar entre 2017 e 2018, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira 17 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números mostram que, após uma década em declínio, a fome voltou a crescer e já atinge 5% da população.

De acordo com o estudo, chamado “Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil”, a pior situação está no Norte e no Nordeste, onde menos da metade das casas tinha garantia de alimento.

Segundo o levantamento, a insegurança alimentar grave havia recuado de 8,2% da população em 2004  para 5,8% em 2009. Em 2013, a proporção havia cedido para 3,6%.

Para a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, o combate à fome deixou de ser prioridade dos governos que sucederam as gestões petistas na presidência.

“O relatório da FAO, de 2014, enumera os fatores decisivos para o Brasil ter saído do Mapa Mundial da Fome à época: aumento da renda dos mais pobres, criação de empregos,  Bolsa Família, fortalecimento da agricultura familiar e melhora da merenda escolar”, diz Tereza em entrevista a CartaCapital. “Depois de 2016, tudo isso desapareceu.”, afirma.

O documento divulgado hoje pelo IBGE analisa um período que vai até o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). A ex-ministra, no entanto, acredita que os números devem piorar após a pandemia do novo coronavírus.

“Para [o presidente Jair] Bolsonaro, a fome não é uma questão a ser enfrentada, pois ele diz que no país ela não existe”, afirma.

Soluções

Tereza recorre aos índices de combate à fome nos governos do PT para apontar soluções.

“O primeiro fato é este  ser um assunto prioritário do governo. Quando você assume o problema, você joga luz sobre ele para enfrentar aquela situação”, diz.

De 2002 a 2013, caiu em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação.

“O Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo e mesmo assim a população se encontra em insegurança alimentar, porque a população não tem acesso a esses alimentos. Para ter acesso aos alimentos é preciso ter renda. Aumentamos o número de empregos formais e aumento do salário mínimo. Isso teve um impacto gigantesco, aumentando o acesso ao alimento”, afirmou.

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