Economia

Com Petrobras sob pressão do governo para segurar preços, defasagem na gasolina chega a 9%

Diesel está 11% mais barato no país em relação a valores praticados no exterior. Planalto quer trocar diretores para conter alta dos combustíveis de olho no segundo turnos das eleições

Com Petrobras sob pressão do governo para segurar preços, defasagem na gasolina chega a 9%
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Foto: Petrobras
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O diesel e a gasolina completam uma semana de defasagem de preços, elevando a pressão sobre a Petrobras por um reajuste nos valores dos combustíveis e dificultando os planos do governo Bolsonaro de segurar ou mesmo reduzir os preços em meio à corrida eleitoral do segundo turno.

O diesel vendido no Brasil está 11% mais barato que no mercado internacional, uma diferença de R$ 0,62 por litro, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Já o preço da gasolina está 9% abaixo do que o praticado lá fora, ou R$ 32 mais barato.

Nesta semana, a Opep +, que reúne os maiores países exportadores de petróleo e aliados, anunciou corte de 2 milhões de barris de petróleo diários a partir de novembro, impulsionando o preço da commodity. Nesta sexta, o barril do tipo Brent sobe mais de 1%, cotado a US$ 95,47.

Diante deste cenário, a intenção do governo, de acordo com fontes ligadas ao alto escalão da Petrobras, é mudar diretores que fazem parte do comitê responsável por decidir os movimentos de alta e queda nos preços dos combustíveis.

Esse comitê é formado pelo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade; e os diretores de Finanças e Relacionamento com Investidores, Rodrigo Araujo Alves; e de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella.

Nos corredores da Petrobras, o nome mais cotado para assumir a diretoria de Finanças é o de Esteves Colnago, atual secretário especial do Tesouro e Orçamento.

Também é avaliada mudança na área de Governança. Dois nomes são cotados, segundo fontes: Fernando Antônio Ribeiro Soares, atual assessor da presidência da Petrobras e ex-secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, e Wagner Rosário, atual ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU).

Mas o próprio governo sabe que trocar o diretor de Governança pode ser mais complexo, já que o nome precisa ser escolhido por meio de uma lista tríplice. Fontes afirmam que a estratégia do governo é tentar as diversas alternativas para ter em mãos o poder de reduzir os preços com mais facilidade.

Um dos argumentos que devem ser usados é a chegada do diesel russo ao Brasil. Especialistas dizem, porém, que o volume é pequeno se comparado ao total da demanda.

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