O franco-libanês-brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault e Nissan, divulgou nesta terça-feira 9 um vídeo em inglês no qual reitera sua inocência diante de acusações de malversação de fundos e acusa dirigentes da empresa japonesa de “traição”.
“Sou inocente, esta é minha primeira mensagem. Não é algo novo, eu já afirmei: sou inocente de todas as acusações”, insistiu no início da gravação, divulgada durante uma entrevista coletiva de seu advogado. O vídeo foi gravado antes da nova ordem de prisão do dia 4 de abril, a respeito de novas suspeitas de desvios financeiros.
“Eu amo o Japão e amo a Nissan”, declarou Ghosn, lembrando que dedicou 20 anos de sua carreira para reerguer a companhia japonesa. “Havia medo de que na próxima etapa da aliança a autonomia da Nissan seria ameaçada”, disse, antes de recordar que sempre foi um “ferrenho defensor da autonomia”.
Complô e traição
“Não se trata de ganância, de ditadura de um homem. É uma história de complô, de conspiração, traição”, afirmou o executivo. Os nomes dos diretores citados por Ghosn foram cortados da edição, a pedido de seus advogados.
O principal advogado do executivo, Junichiro Hironaka, anunciou que apresentará na quarta-feira 10 um recurso à Suprema Corte para solicitar a libertação de seu cliente.
Ghosn enfrenta no Japão três acusações fundamentais: as duas primeiras referem-se ao alegado desvio de quase 80 milhões de dólares às manobras para esconder os recursos dos próprios acionistas.
A terceira acusação diz respeito à tentativa de transferir para a Nissan dívidas pessoais.
O empresário, detido em novembro, foi libertado após o pagamento de fiança, mas na semana passada foi novamente detido.
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