Economia

Brasil perde posto de maior parceiro comercial da Argentina

Dados referentes a abril mostram que China foi a maior parceira comercial da Argentina. Analistas ressaltam que é cedo para ditar tendências

(Foto: Esteban Collazo / PRESIDENCIA ARGENTINA / AFP)
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Dados relativos à balança comercial da Argentina do mês de abril mostraram que o Brasil perdeu temporariamente seu posto como maior parceiro econômico do vizinho. Isso porque as exportações da Argentina para a China cresceram em 50,6% ante ao mês de março, em contraste com uma queda de 57,3% de produtos para o Brasil, ainda fortemente abalado pela pandemia de coronavírus.

As informações são do Instituto Nacional de Estatística da Argentina (Indec) e mostram que o saldo para o país em relação aos negócios com a China ficou em US$ 98 milhões, enquanto a balança com o Brasil foi negativa em US$ 132 milhões – ou seja, o Brasil exportou mais para os argentinos do que o contrário, mesmo com queda de 45,4% da ida de produtos brasileiros devido às restrições presentes pela propagação descontrolada do vírus no País.

O produto mais exportado para os chineses foram carne bovina e soja, representando 66,8% do total. De acordo com o jornal argentino Clarín, no consolidado de 2019, a China representava 12% do total  das exportações da Argentina, enquanto o Brasil ocupava 17%.

Apesar do balanço consolidado dos quatro meses anteriores ainda apontar o Brasil no posto de antes, a preocupação com a recuperação da pandemia – já com controle na Argentina e na China, primeiro epicentro da crise – ainda pode gerar consequências no comércio sulamericano.

Em entrevista ao Clarín, o analista de comércio exterior Marcelo Elizondo afirmou que ainda é cedo para afirmar que a China irá ocupar o primeiro patamar das exportações argentinas. “O que nós vendemos para destinos distantes são produtos agropecuários, e aí entram os produtos primários, como os grãos, e as manufaturas agropecuárias, como o óleo. Mas para o Brasil nós vendemos produtos industriais. Alguns setores, como o setor automotivo, são dependentes do Brasil. O tipo de oferta que levamos para o Brasil é muito difícil de recolocar em outros mercados.”, disse.

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