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Bolsonaristas da Petrobras ignoram lista tríplice e tentam manter aliado do ex-capitão no Conselho da estatal

Um comitê formado por indicados de Bolsonaro manobrou a lista enviada pelo governo Lula e sugeriu a permanência de Salvador Dahan na diretoria anticorrupção

Salvador Dahan. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O Conselho de Administração da Petrobras deve avaliar nesta quarta-feira 26 a recondução de Salvador Dahan à diretoria de Governança e Conformidade da estatal, instância responsável pelo compliance da empresa. A possibilidade de manter o executivo, contudo, abriu uma crise entre integrantes da cúpula da petrolífera.

Nomeado por Jair Bolsonaro (PL) em 2021, o mandato de Dahan se encerrou em abril. Com a troca de guarda no comando da Petrobras, o governo Lula (PT) apresentou uma lista com três nomes para substituí-lo na diretoria. Um comitê formado por indicados do ex-capitão, porém, recomendou a permanência do executivo no cargo e o incluiu na lista à revelia da cúpula da estatal.

A manobra desagradou membros da diretoria, que veem o movimento como desrespeito às regras internas da companhia. A principal crítica é feita à atuação da Dahan, visto como um empecilho às mudanças propostas por Lula na estatal.

Entidades que representam os trabalhadores da Petrobras ainda questionam a legitimidade do executivo para ocupar o cargo, uma vez que ele teria arquivado investigações contra de assédio moral e sexual ao longo do seu mandato. A diretoria para a qual Dahan deve ser reconduzido é responsável, entre outras coisas, por receber denúncias sobre esses temas.

“A gestão passada da Petrobrás, com sua diretoria de governança e conformidade, não deu atenção devida às denúncias de violência no trabalho, falhou ao não prover canais adequados para apurar e combater o assédio moral e sexual na empresa, colocando em risco a saúde física e psicológica dos trabalhadores e o ambiente de trabalho”, critica Cibele Vieira, diretora da Federação Única dos Petroleiros.

O Conselho de Administração da estatal será renovado durante assembleia na quinta-feira. A votação acontece em meio ao impasse sobre indicações feitas por Jean Paul Prates ao colegiado.

Procurada por CartaCapital, a Petrobras ainda não se manifestou.

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