Economia

Banco do Brasil estuda acionar Justiça contra ataques de bolsonaristas

Publicações recomendam usuários a retirarem seus recursos da instituição em meio às sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras

Banco do Brasil estuda acionar Justiça contra ataques de bolsonaristas
Banco do Brasil estuda acionar Justiça contra ataques de bolsonaristas
A presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. Foto: Ricardo Stuckert
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O Banco do Brasil informou nesta sexta-feira 22 que adotará medidas judiciais após a onda de ataques à instituição financeira promovidos nas redes sociais. Algumas postagens que circularam na internet ao longo do dia recomendam usuários a retirarem seus recursos do banco em meio às sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

Em nota, o BB afirmou que as publicações buscam “gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira”. “Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas. O banco tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”, ressalta o comunicado.

Mais cedo, a presidenta do banco, Tarciana Medeiros, enviou ofício à Advocacia-Geral da União no qual menciona a possibilidade de acionar a Justiça com base lei que trata de crimes contra o sistema financeiro nacional. A legislação prevê multa e pena de dois a seis anos de reclusão para quem divulga informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras.

A nota divulgada pelo BB ainda pontua que o banco atua em conformidade com a legislação brasileira, as normas dos mais de 20 países onde está presente e os padrões internacionais que regem o sistema financeiro. “Com mais de 80 anos de atuação no exterior, a instituição acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparada para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais”.

Um dos responsáveis por orientar, nas redes, a debandada de clientes foi o advogado criminalista Jeffrey Chiquini, defensor do bolsonarista Filipe Martins na ação do golpe. Conforme a sua tese, o BB seria punido pelos EUA por não bloquear os cartões do ministro Alexandre de Moraes, uma das consequências da Lei Magnistky.

“O Banco do Brasil é 51% estatal, o Banco do Brasil vai cumprir a decisão do Flávio Dino e o Banco do Brasil vai ser sancionado pela Lei Magnitsky e vai ser desligado do sistema Swift global. Tirem imediatamente seu dinheiro do Banco do Brasil porque ele será sancionado, isso é uma certeza”, disse Chiquini em um canal bolsonarista no Youtube. A decisão de Dino à qual o advogado faz alusão estabelece que leis de outros países não têm validade automática em território brasileiro.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) é outro que incitou a população a retirar dinheiro dos bancos nas redes sociais. “Tirem seu dinheiro dos bancos. Moraes vai quebrar o Brasil”, escreveu em uma rede social. Moraes foi alvo da sanção do governo Donald Trump sob o argumento de que ele lidera uma “caça às bruxas ilegal” contra cidadãos e companhias brasileiras e americanas, incluindo uma suposta perseguição a jornalistas e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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