Economia

Banco Central da Suíça diz que salvará o Credit Suisse, se necessário

As ações do banco despencaram nesta quarta, dando um novo impulso ao temor de uma crise internacional no setor

Foto: Fabrice COFFRINI/AFP
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O Banco Central da Suíça informou nesta quarta-feira 15 que garantirá a liquidez do Credit Suisse, se necessário. O comunicado foi divulgado no dia em que as ações do banco despencaram quase 14%, o que deu impulso ao temor de uma crise internacional no setor.

O colapso no banco suíço se acelerou após seu principal acionista, o Banco Nacional Saudita, se recusar a ampliar sua participação no capital. Questionado pela Bloomberg se poderia investir mais dinheiro, seu presidente, Amar Al Judairy, respondeu: “Absolutamente não, por várias razões cada vez mais simples, que são regulatórias e estatutárias”.

“O Credit Suisse atende exigências de capital e liquidez impostas a bancos sistemicamente importantes. Se necessário, o SNB (Banco Central) fornecerá liquidez ao CS (Credit Suisse)”, diz um trecho do comunicado do BC suíço.

A queda do Credit Suisse se soma à preocupação internacional com a falência do Silicon Valley Bank, dos Estados Unidos, no final da semana passada. Nesta quarta, o presidente-executivo da maior gestora de ativos do mundo alertou que o colapso do SVB poderia ser apenas o começo de uma “lenta crise” no sistema financeiro norte-americano, com “mais convulsões e fechamentos”.

“É muito cedo para saber quão generalizado é o dano”, escreveu o CEO Larry Fink em carta a investidores. “A resposta regulatória até agora foi rápida e ações decisivas ajudaram a evitar riscos de contágio. Mas os mercados permanecem no limite.”

No entanto, segundo a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça – que assina o comunicado desta quarta com o Banco Central -, “os problemas de certos bancos nos EUA não representam um risco direto de contágio para os mercados financeiros suíços”. O órgão diz ainda que “os rigorosos requisitos de capital e liquidez aplicáveis às instituições financeiras suíças garantem sua estabilidade”.

O Credit Suisse é o segundo maior banco da Suíça, atrás apenas do UBS Group AG. Ele contava com ativos de cerca de 580 bilhões de dólares no final de 2022, mais que o dobro do tamanho do Silicon Valley Bank.

A instituição registrou, porém, um prejuízo líquido de quase 8 bilhões de dólares no ano passado. Foi o pior resultado de um banco suíço desde a crise financeira de 2008.

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