Economia

Banco Central corta a Selic pela 2ª vez seguida e leva a taxa a 12,75% ao ano

Em agosto, o Copom interrompeu o ciclo de aperto monetário e promoveu a primeira queda nos juros em três anos

Brasília, 02/08/2023 - Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira 20, reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, pela segunda vez consecutiva. Com isso, a Selic passa de 13,25% para 12,75% ao ano, o menor índice em 16 meses.

Em agosto, o Copom havia interrompido o ciclo de aperto monetário e promovido a primeira queda nos juros em três anos. Na ata daquele encontro, os integrantes do comitê já projetavam novas reduções de 0,5 ponto nas reuniões seguintes.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, o Selic, e serve de referência para outros indices da economia. Oficialmente, é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.

Aumentar a taxa básica de juros resulta em conter a demanda, o que causa reflexos nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, além de estímulo à atividade econômica.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia da agenda, há apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do Banco Central, definem a Selic.

Nesta quarta, todos os membros do comitê votaram pelo corte de 0,5 ponto: Roberto Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Gabriel Galípolo, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.

Dia de decisão também nos Estados Unidos

O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve suas taxas básicas de juros entre 5,25% e 5,50%, o nível mais alto em 22 anos, e previu um novo aumento ainda neste ano. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária, nesta quarta.

Para 2024, o Fed espera juros na casa de 5,1%, frente aos 4,6% estimados em junho.

O BC americano também dobrou sua previsão de crescimento do PIB dos Estados Unidos em 2023, para 2,1%, contra 1% previsto em junho.

Para o ano que vem, a previsão é de um crescimento do PIB de 1,5%, ante 1,1% previsto anteriormente.

No que diz respeito à inflação, os números seguem estáveis: 3,3% para este ano, 2,5% em 2024 e 2,2% em 2025.

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