Economia

Banco Central aumenta projeção de crescimento do PIB de 2024

Nova estimativa aparece no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta pelo BC

Banco Central aumenta projeção de crescimento do PIB de 2024
Banco Central aumenta projeção de crescimento do PIB de 2024
Banco Central do Brasil. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O Banco Central (BC) ampliou as suas expectativas sobre o desempenho da economia brasileira em 2024. Antes, a entidade monetária estimava que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceria 3,2% este ano. Agora, a projeção de crescimento econômico subiu para 3,5%.

O dado consta no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira 19. Com as informações atualizadas, o BC passou a fazer uma estimativa acima daquela projetada pelo Ministério da Fazenda, que espera que o PIB brasileiro avance 3,3% em 2024.

A entidade monetária também subiu levemente a sua projeção de crescimento da economia para 2025. No último relatório, publicado em setembro, a expectativa era de um crescimento de 2% no ano que vem. Agora, a projeção é de crescimento de 2,1%.

Apesar do entusiasmo, o BC salienta que as dificuldades em política monetária e um “menor impulso fiscal” podem fazer a atividade econômica desacelerar.

“As projeções de crescimento para 2024 e 2025 foram revisadas para cima, mas permanece a perspectiva de desaceleração da atividade, em razão de fatores como o maior grau de aperto esperado para a política monetária e a expectativa de um menor impulso fiscal, entre outros”, disse o BC.

Inflação

O otimismo do BC a respeito do PIB não se reflete quando o assunto é a inflação. A autarquia prevê que é praticamente certo que o País vai superar o teto da meta da inflação neste 2024.

“Destaca-se a pressão maior que a esperada sobre preços de alimentos, que veio a se somar às pressões exercidas pelo aquecimento da atividade econômica e pela acentuada depreciação cambial”, diz o documento.

A impressão não difere da realidade. Mês a mês, a inflação no País vem alcançando índices acima do esperado. Em novembro, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,39%, mostrando que, no acumulado de doze meses, o percentual alcançou 4,87%.

Vale destaque para o fato de que a meta da inflação do Brasil está em 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Segundo o BC, a chance de estourar o teto da meta em 2024 é de praticamente 100%. Para 2025, a chance disso acontecer é de 50%, quando antes, a chance avaliada era de 28%.

Na prática, a consolidação ou não do cenário projetado depende de como serão tratadas as discussões sobre o pacote de cortes de gastos do governo federal. O mercado financeiro reagiu com desconfiança aos anúncios do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, levando a uma disparada cambial histórica.

Na última quarta-feira 18, a Câmara dos Deputados finalizou a votação da primeira de três propostas pautadas e iniciou a análise da segunda, mostrando que o andamento do debate será lento.

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