Economia
Autonomia do Banco Central não significa ‘virar as costas’ ao governo, diz Galípolo
Segundo o economista, autonomia monetária do BC é uma ‘evolução institucional’


O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira 28 que a autonomia monetária do BC é uma “evolução” da instituição. O economista, entretanto, ponderou que isso não significa “virar as costas à sociedade”.
“É importante a gente esclarecer que a ideia de autonomia não está relacionada com a ideia de virar as costas para a sociedade ou não prestar contas para a sociedade ou o governo“, disse em um evento organizado pela Fundação Getúlio Vargas.
Galípolo é o principal cotado para assumir a presidência do Banco Central após 31 de dezembro, quando acaba o mandato de Roberto Campos Neto.
Atualmente tramita no Congresso uma proposta de emenda à Constituição que dá autonomia orçamentária e financeira ao Banco Central. O texto do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) aguarda o voto do relator na Comissão de Constituição e Justiça.
A nova PEC estabelece que o Banco Central — atualmente uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda — passaria a ser uma empresa pública “com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira”.
A proposta tem sido alvo de críticas de figuras da esquerda. Em março, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por suas articulações políticas para aprovar a PEC.
“O BC é uma autarquia. Vem o Campos Neto dizer que quer autonomia financeira. Ele quer ser o quê? Um banco privado?”, questionou a parlamentar em abril deste ano.
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