A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira 3 que um novo aumento no salário mínimo exigirá “corte de gastos”.
“Quando o presidente disser ‘fechamos um acordo’ [para reajustar o piso], seja no valor de 1.310, 1.315, 1.320 reais, [e perguntar] ‘de onde poderíamos cortar?’, eu tenho por obrigação que apresentar o quadro e dizer onde cabe ou não e onde é prioritário, para ele escolher”, disse a emedebista em entrevista ao UOL.
O valor do piso salarial para 2023 foi fixado em 1.302 reais, mas o governo Lula (PT) calcula que o valor possa subir para 1.320.
Alterações no Orçamento estão sendo discutidas em uma Junta de Execução Orçamentária, formada pelos ministérios do Planejamento, da Gestão, da Fazenda e da Casa Civil.
Tebet reforçou que deverá demonstrar em quais áreas será possível realizar cortes para bancar o reajuste. No entanto, a decisão terá de estar ligada à definição das políticas consideradas prioritárias pelo governo.
“Se for uma decisão política do presidente da República [reajustar o salário mínimo], nós abriremos espaço fiscal. De onde cortar? É uma decisão que nós apresentaremos à Junta, aos outros ministros, ao presidente da República. Não é uma decisão tomada individualmente”, prosseguiu. “A mim cabe abrir o espaço, achar alternativas, no plural. E aí é uma decisão coletiva, ratificada e decidida, possivelmente junto com o presidente da República.”
O aumento do salário mínimo acima da inflação foi uma das promessas de campanha do petista. Além dessa mudança, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou a possibilidade de apresentar uma proposta de reforma tributária até abril, bem como uma nova regra para controle das contas públicas.
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