Economia

Após fala de Bolsonaro no JN, servidores do BC repudiam uso político do Pix

Em nota, o sindicato dos servidores do BC disse que é necessário diferenciar as políticas de Estado e medidas pontuais de governo

Foto: Reprodução/TV Globo
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O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) divulgou uma nota nesta terça-feira repudiando o uso eleitoral do Pix “por certos grupos políticos”, em reação à fala do presidente Jair Bolsonaro durante entrevista no Jornal Nacional na noite de segunda.

Como já fez algumas vezes, Bolsonaro mencionou o Pix como um feito do seu governo. Em nota, o Sinal ressaltou que o Pix foi criado e implementado por analistas e técnicos do Banco Central e não “pelo atual governante ou qualquer outro governo”.

“Faz-se necessário destacar a diferença entre políticas de Estado e medidas pontuais de governos. Desde a sua criação, o Banco Central do Brasil conta com servidores de alta qualificação e responsabilidade, e isso permitiu que diversos projetos considerados importantes pela Diretoria do BC, segundo critérios técnicos, pudessem ser conduzidos independentemente da vontade ou contrariedade política de governantes de plantão”, apontou o sindicato.

Na entrevista, Bolsonaro disse que o Pix “tirou dinheiro de banqueiros” e não tem taxação.

— Criamos o Pix tirando dinheiro de banqueiros, fazendo com que a população pudesse se transformar em pequenos empresários sem qualquer taxação em cima do Pix — afirmou.

No entanto, o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já afirmou que não é verdade que os bancos perderam dinheiro com o Pix.

— Quero já dizer que não é verdade que os bancos perdem dinheiro com o Pix, inclusive a gente deve em algum momento soltar algum tipo de estudo mostrando isso. Você tem uma perda de receita em transferência, mas por outro lado novas contas são abertas, novos modelos de negócio são gerados, você retira dinheiro de circulação, que é um custo enorme para o banco, você aumenta a transação, o transacional aumenta — disse Campos Neto, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no início do mês.

Ao contrário do que sugeriu Bolsonaro, os bancos registraram lucro líquido de R$ 132 bilhões em 2021, primeiro ano completo com Pix em vigor, o que significa 49% mais que em 2020 e 10% acima do resultado das principais instituições somadas em 2019.

Como apontou a coluna de Alvaro Gribel, o início do desenvolvimento do Pix foi ainda durante o governo Temer, quando Ilan Goldfajn era presidente do BC. A gestão de Campos Neto deu continuidade à agenda de inovações, e o sistema foi lançado em novembro de 2020.

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