A Serasa Experian compilou dados de 1,6 milhão de pessoas que utilizam algum produto financeiro em todo o País a fim de mapear a representatividade, pontualidade e comprometimento da renda em relação ao consórcio e descobriu que, exceto pelo crédito consignado, nenhum outro tipo de crédito tem um percentual de pontualidade tão alto: 91%.
O levantamento, feito em novembro do ano passado, mostra que as parcelas são pagas em dia em 91% dos casos, com destaque para aqueles com mais de 60 anos.
O estudo mostrou, também, que a modalidade que mais compromete renda dos consumidores é o cartão de crédito, com quase 42%.
Na análise apenas do consórcio, ficam acima da média os jovens até 35 anos (16,3%), faixa etária com menor pontualidade nos pagamentos, conforme indicado na tabela acima. Entre 36 e 50 anos, o comprometimento da renda é de 11,8% e depois cai, indo para 9,8% para aqueles de 51 a 60 anos e 9,4% entre os que tem mais de 60 anos.
Consórcio é opção de financiamento para brasileiros com baixa renda
Ainda que aqueles com renda de mais de R$ 10 mil sejam maioria entre os clientes de consórcios (6,8%), a faixa de clientes que ganha até 2 mil reais são os melhores pagadores dessa modalidade: 92,1%, ante 91,7%, mesmo que, entre essa parcela mais pobre, o comprometimento da renda com o consórcio cheguem a 40%.
A pontualidade da média geral é de 91%, veja tabela abaixo:
Rabi explica que, muitas vezes, o consórcio é a única forma de acesso da população a financiamentos de alto valor, o que acaba impactando também a distribuição geográfica. A região Norte, que reúne a maior parte da população com rendimentos menores, registra maior penetração frente às demais (3,6%), com pontualidade de 94,9%, acima da média nacional, veja tabela abaixo:
“Como é uma opção de mais fácil acesso a bens de alto valor pela baixa renda, essa modalidade acaba comprometendo boa parte da renda mensal de quem ganha cerca de dois salários-mínimos, por exemplo”, alerta o economista. “Por isso, é preciso ter muito planejamento na hora de fazer um consórcio para não descontrolar o orçamento e acabar dificultando o pagamento de outras contas, como cartão de crédito, aluguel e contas básicas.”
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