Economia
Agência Internacional de Energia propõe medidas para reduzir o consumo de combustível
A AIE estima uma economia de 2,7 milhões de barris por dia em quatro meses


A lista não foi apresentada por um político “comunista”, muito menos por um ambientalista “radical”. Diante do risco de um “choque global de oferta” de petróleo, caso as sanções contra a Rússia se aprofundem, durem e gerem uma reação de Moscou, ou seja, um corte profundo do abastecimento, a Agência Internacional de Energia propôs dez medidas para reduzir o consumo de combustível. As sugestões incluem a redução de 10 quilômetros por hora na velocidade máxima permitida nas estradas, a proibição da circulação de automóveis aos domingos nas grandes cidades, o estímulo ao compartilhamento de carros e a adoção de três dias de teletrabalho durante a semana. A AIE estima uma economia de 2,7 milhões de barris por dia em quatro meses.
Imagem: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
SANEAMENTO: POUCO E DESIGUAL
Imagem: iStockphoto
Mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada, segundo estudo do Instituto Trata Brasil. Outros 100 milhões, quase metade do País, estão excluídos do sistema de coleta de esgoto. O instituto apresentou um ranking das melhores e das piores cidades e apontou um fosso entre elas. A paulista Santos está no topo do ranking de qualidade. Macapá fica na outra ponta.
MAIS JUROS?
A ata do Comitê de Política Econômica, registro da reunião que elevou os juros básicos para 11,75% ao ano, deixa em aberto um aperto fiscal ainda mais duro. O mercado aposta em nova e última elevação da Selic neste ano, de 1 ponto porcentual, mas a piora da dinâmica inflacionária poderia levar o Banco Central a definir a taxa para além dos 12,75% anuais projetados.
CHOQUE
A alta do preço dos combustíveis tende a aumentar a venda de carros elétricos. Bastante incentivados na Europa, os modelos comercializados no Brasil ainda enfrentam uma barreira: o preço, nunca abaixo de 200 mil reais. No País, os carros elétricos representam 2,5% dos emplacamentos.
IMPACTO
Imagem: Banco Central Europeu
Apesar dos efeitos econômicos inegáveis, o Banco Central Europeu descarta que a invasão da Ucrânia provoque uma estagflação no continente. “Podemos descartar”, afirmou Luis de Guindos, vice-presidente do BCE durante evento da Money Review. Guindos projeta um crescimento de cerca de 2% da Zona do Euro neste ano. A inflação permanecerá, no entanto, mais alta por um tempo maior.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1201 DE CARTACAPITAL, EM 30 DE MARÇO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Menos petróleo”
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