Economia

Acordo UE-Mercosul reflete esforço desigual entre blocos assimétricos, diz chanceler da Argentina

Santiago Cafiero compartilhou suas avaliações sobre o texto na abertura da cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú

O chanceler uruguaio Francisco Bustillo (E) e o chanceler argentino Santiago Cafiero (D) na cúpula do Mercosul. Foto: Nelson Almeida/AFP
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O chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, afirmou nesta segunda-feira 3 que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia pode viabilizar investimentos em setores como energia, mineração, alimentação, serviços baseados em conhecimento e saúde. Ele defendeu, no entanto, uma revisão da versão preliminar do texto, datada de 2019.

“Para materializar essas potencialidades e para que o acordo tenha bons resultados para ambas as partes, é necessário atualizar os textos de 2019”, declarou. “O acordo, tal como foi fechado em 2019, reflete um esforço desigual entre blocos assimétricos.”

Cafiero proferiu um discurso na abertura da cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina. A reunião contará com a presença do presidente anfitrião, Alberto Fernández, e de seus colegas do Uruguai, Luis Lacalle Pou; do Paraguai, Mario Abdo; e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que receberá a presidência pro tempore do bloco até o final do ano.

“Neste momento de incerteza, temos de nos fortalecer como bloco e diminuir as lacunas de desenvolvimento, porque no mundo de hoje temos esse desafio como região, e isso se atinge com mais integração, não menos. Não vamos conseguir nada se nos desintegrarmos”, acrescentou o chanceler argentino.

Lula, por sua vez, tem liderado as críticas ao bloco europeu por formular uma série de exigências ambientais adicionais relacionadas ao setor agropecuário e estabelecer sanções pelo descumprimento de compromissos do Acordo de Paris sobre o clima de 2015.

“Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico”, disse o presidente brasileiro durante um fórum em Paris há duas semanas.

Depois de mais de vinte anos de duras negociações, UE e Mercosul alcançaram um acordo de livre-comércio em 2019, que ficou paralisado devido à resistência dos setores agrícolas de alguns países europeus.

A investida de Lula contra as novas demandas europeias parece ofuscar o otimismo da UE sobre a conclusão do acordo neste ano, reforçado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em sua turnê pela América Latina neste mês.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, admitiu nesta semana que o novo documento “não foi bem recebido” pelos países sul-americanos e disse que a Europa ainda espera uma “resposta concreta” às suas solicitações.

(Com informações da AFP)

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