Economia

Ações do Facebook caem devido à censura

Para especialista, o fato de a empresa não ter livre acesso no país faz com que sua perspectiva de crescimento seja limitada

Três dias após entrar na bolsa de valores, as ações do Facebook já desvalorizaram cerca de 18% da oferta inicial
Apoie Siga-nos no

Mark Zuckerberg atravessa um período agitado. Na mesma semana em que anunciou em seu perfil no Facebook seu casamento com Priscilla Chan, o CEO colocou ações da empresa à venda na bolsa de valores de Nova York.  O desempenho no pregão não ocorreu de acordo com as expectativas e as ações se desvalorizaram por três dias consecutivos.

Após abrir o dia valendo 32,61 dólares, as ações chegaram a ser negociadas a 30,98 dólares na terça-feira 22, 8,9% abaixo do fechamento de ontem. Corresponde também a uma queda de 18% do seu valor na oferta pública inicial – 38 dólares cada. A empresa, avaliada em 104 bilhões de dólares na sexta-feira 18, agora tem valor de mercado de aproximadamente 90,2 bilhões de dólares.

Segundo Antonio Carlos Alves dos Santos, doutor em economia e professor da PUC-SP, ocorreu um equívoco na análise sobre as perspectivas de retorno por parte do Morgan Stanley, banco responsável pelo diagnóstico. “38 dólares era um valor muito acima do que de fato a ação deveria ter sido lançada. O próprio banco já tinha um outro trabalho interno que questionava essa variação”, explica.

De acordo com uma agência de notícias, a mudança nas projeções do Morgan Stanley surgiu depois que o Facebook alterou a documentação de abertura de capital encaminhada à Securities and Exchange Commission, a SEC, órgão que fiscaliza e regulamenta o mercado acionário norte-americano. Nas alterações, a companhia expressou cautela quanto a seu crescimento de receita devido à rápida transição de usuários para aparelhos móveis. A publicidade em redes móveis até o momento é menos lucrativa que a publicidade em computadores.

Santos acrescenta que outros motivos como a crise financeira pela qual passa a Europa também influenciam na falta de sucesso do Facebook na entrada para o capital aberto. Ainda conforme o professor, outra variação grave é o fato de a rede social não ter livre acesso na China. “A China censura o conteúdo e sem poder entrar nesse mercado o Facebook acaba tendo uma perspectiva de crescimento como negócio limitada. Esse é um grande problema. Alguns analistas não haviam pensando nisso antes do lançamento da ação. Talvez esse seja o elemento fundamental. Como é que você quer crescer se você não está no maior mercado do mundo?”, questiona.

Por fim, o professor ressalva que não é razão para estranhamento ações de empresas caírem durante primeiros dias de negociação. “O mercado ainda está tentando entender o que aconteceu. Obviamente não se esperava que isso acontecesse com o Facebook, mas não é o fim do mundo. Esse valores ainda poderão subir”, conclui.

Mark Zuckerberg atravessa um período agitado. Na mesma semana em que anunciou em seu perfil no Facebook seu casamento com Priscilla Chan, o CEO colocou ações da empresa à venda na bolsa de valores de Nova York.  O desempenho no pregão não ocorreu de acordo com as expectativas e as ações se desvalorizaram por três dias consecutivos.

Após abrir o dia valendo 32,61 dólares, as ações chegaram a ser negociadas a 30,98 dólares na terça-feira 22, 8,9% abaixo do fechamento de ontem. Corresponde também a uma queda de 18% do seu valor na oferta pública inicial – 38 dólares cada. A empresa, avaliada em 104 bilhões de dólares na sexta-feira 18, agora tem valor de mercado de aproximadamente 90,2 bilhões de dólares.

Segundo Antonio Carlos Alves dos Santos, doutor em economia e professor da PUC-SP, ocorreu um equívoco na análise sobre as perspectivas de retorno por parte do Morgan Stanley, banco responsável pelo diagnóstico. “38 dólares era um valor muito acima do que de fato a ação deveria ter sido lançada. O próprio banco já tinha um outro trabalho interno que questionava essa variação”, explica.

De acordo com uma agência de notícias, a mudança nas projeções do Morgan Stanley surgiu depois que o Facebook alterou a documentação de abertura de capital encaminhada à Securities and Exchange Commission, a SEC, órgão que fiscaliza e regulamenta o mercado acionário norte-americano. Nas alterações, a companhia expressou cautela quanto a seu crescimento de receita devido à rápida transição de usuários para aparelhos móveis. A publicidade em redes móveis até o momento é menos lucrativa que a publicidade em computadores.

Santos acrescenta que outros motivos como a crise financeira pela qual passa a Europa também influenciam na falta de sucesso do Facebook na entrada para o capital aberto. Ainda conforme o professor, outra variação grave é o fato de a rede social não ter livre acesso na China. “A China censura o conteúdo e sem poder entrar nesse mercado o Facebook acaba tendo uma perspectiva de crescimento como negócio limitada. Esse é um grande problema. Alguns analistas não haviam pensando nisso antes do lançamento da ação. Talvez esse seja o elemento fundamental. Como é que você quer crescer se você não está no maior mercado do mundo?”, questiona.

Por fim, o professor ressalva que não é razão para estranhamento ações de empresas caírem durante primeiros dias de negociação. “O mercado ainda está tentando entender o que aconteceu. Obviamente não se esperava que isso acontecesse com o Facebook, mas não é o fim do mundo. Esse valores ainda poderão subir”, conclui.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar