Economia

A Semana do Mercado: Feriados no Brasil e nos EUA diluem as atividades

O editor de Finanças William Salasar apresenta as principais tendências da abertura dos mercados nesta segunda-feira 11

Foto: Fotos Públicas
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O feriado de Columbus Day nos Estados Unidos, hoje, e de Nossa Senhora Aparecida no Brasil, amanhã, desaceleram o ritmo dos mercados financeiros e encurtam uma semana de indicadores de inflação, política monetária e ritmo da atividade, tanto lá como cá.

Nos EUA, saem os Índice de Preços ao Consumidor, na quarta, e ao Produtor de setembro, junto com a ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), que dita a política monetária norte-americana. Aqui, o IBGE divulga as estatísticas do setor de serviços de agosto e o Banco Central, sua apuração própria do crescimento do PIB, o IBC-Br, na sexta, mesmo dia em que a FGV divulga o IGP-10 de outubro.

A expectativa dos economistas consultados pela Bloomberg para a inflação no varejo norte-americano é de alta de 0,3% no mês, mantendo a taxa em 5,3% no acumulado em 12 meses. Já a inflação no atacado deve subir mais um pouco, para 8,7% no acumulado em 12 meses (ante 8,3% em agosto), refletindo, em parte, a elevação do preço do barril do petróleo nas últimas semanas. Já a ata da última reunião do Fomc será esmiuçada pelos analistas à cata de informações adicionais. A redução do ritmo de compra de ativos, que o mercado agora espera, será anunciada na reunião de novembro. O fraco resultado apresentado pelo mercado de trabalho em setembro atenuou essa perspectiva. 

A agenda internacional da semana traz, ainda, os dados da balança comercial da China em setembro, que servirá para o mercado avaliar a dinâmica da atividade do país. A expectativa é que os indicadores mostrem uma nova perda de ímpeto, com expansões de 21,5% e 20,7% das exportações e importações, respectivamente, em relação ao mês de setembro de 2020 (ante taxas observadas em agosto de 25,6% e 33,1% , na mesma ordem). 

O radar local estará concentrado nos dados de atividade que serão divulgados nesta semana, condicionado pelas surpresas ruins apresentadas pelo varejo e pela indústria em agosto, que deixaram um viés de baixa para o crescimento do PIB do 3º trimestre para o restante do ano. 

Com movimento fraco, perto do meio do pregão o Ibovespa mostrava alta de 0,69%, aos 113.609.31 pontos

Na quinta-feira 13, o IBGE divulga o resultado do setor de serviços do mesmo mês, que diferente dos demais indicadores deve, segundo o boletim semanal de economia da Febraban, “ seguir em tendência de recuperação, impulsionado pela maior abertura das atividades, que favorecem especialmente os serviços prestados às famílias, além de beneficiado pelo deslocamento do consumo de bens para serviços.” 

A expectativa é de alta de 1% em agosto, a quinta seguida, enquanto que para o índice IBC-Br, proxy mensal do PIB apurado pelo Banco Central, a projeção é de ligeira queda de 0,1%, refletindo o desempenho heterogêneo dos grandes setores no mês. No geral, dizem os economistas da Febraban, a fragilidade da indústria e o fraco ritmo do varejo sugerem o cenário é pouco alentador quanto a uma retomada mais forte do consumo das famílias (conjunção de inflação elevada e alto desemprego), com algumas casas já indicando revisão para baixo o PIB deste ano, que pode ficar abaixo da casa de 5%. 

 

No cenário inflacionário, a FGV divulga o IGP-10 de outubro na sexta 15, que deve mostrar queda de 0,43%, a 2ª seguida, puxada pelo recuo dos preços no atacado. No caso dos produtos industriais, o resultado deve seguir impactado pela queda do preço do minério de ferro, que segue acomodando diante da menor demanda chinesa. Já os produtos agropecuários devem começar a arrefecer, com algumas commodities importantes, como soja, milho e bovinos, entrando em terreno negativo. Na outra ponta, os preços ao consumidor devem seguir em alta, pressionados pela tarifa de energia elétrica, passagens aéreas e combustíveis. Em 12 meses, o IGP-10 deve mostrar nova desaceleração, de 26,84% para 22,38%, ainda bastante elevado, mas com a expectativa de que o arrefecimento dos preços no atacado traga algum alívio ao consumidor neste último trimestre. 

Com movimento fraco, perto do meio do pregão o Ibovespa mostrava alta de 0,69%, aos 113.609.31 pontos. O giro financeiro da sessão somava 10,8 bilhões de reais, com para ações de matérias-primas em alta, enquanto as de setores ligados a consumo perdem diante do cenário de inflação mais alta.

O dólar comercial, por sua vez, iniciava a tarde de hoje sem direção definida contra o real, após atravessar uma manhã volátil durante um pregão de liquidez reduzida nos mercados globais. Diante da maioria das moedas emergentes, a divisa registra avanços leves no momento. Por volta das 12h35, o dólar comercial oscilava em alta de 0,08%, saindo a R$ 5,5196 no mercado de câmbio à vista.

A edição de hoje do Relatório Focus, com a mediana das expectativas e projeções de economistas do mercado consultados pelo BC, mostrou nova elevação das projeções de inflação para este ano e para o próximo. O IPCA previsto para 2021 subiu para 8,59 %, ante os 8,51 % da edição anterior. Há quatro semanas, a expectativa era de 8,00 %. E a projeção para 2022 subiu para 4,17 %, ante os 4,14 % anteriores. Há quatro semanas, o esperado era de 4,03 %. A taxa Selic prevista para dezembro do ano que vem subiu para 8,75 %, ante os 8,50 % da semana passada.

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