Economia

A Semana do Mercado: Ata do Copom e IPCA são os destaques

Se o IPCA continuar alto, apesar dos vários cortes nos preços dos combustíveis, a leitura será de que o Copom poderá fazer uma nova “alta residual” na Selic

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Apenas um indicador e um evento movimentam os mercados financeiros domésticos nesta semana: a inflação medida pelo IPCA em julho e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ambos previstos para amanhã.

Após o BC elevar a Selic a 13,75% ao ano na reunião do Copom da semana passada, investidores e analistas focam no IPCA de julho e na Ata em busca de sinais de que o fim do ciclo de arrocho monetário está próximo. Se o IPCA continuar alto, apesar dos vários cortes nos preços dos combustíveis, a leitura será de que o Copom poderá fazer uma nova “alta residual” na Selic. Se a inflação ceder, as apostas de estabilidade na taxa de juros devem se intensificar.

 O Comitê indicou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude”. Na avaliação da Itaú Asset Management, “isso sugere que o BC já está indicando o encerramento do ciclo de alta de juros em setembro”, a depender do balanço de riscos de a inflação persistir alta. Aqui, o que conta é a piora da leitura em relação ao risco fiscal, enquanto do lado baixista pesa a perspectiva de desaceleração global mais intensa. “Tendo em vista a sinalização do Copom, o mais provável parece ser um cenário em que teremos a manutenção da Selic em 13,75%. Para o ajuste adicional de 0,25% ocorrer, terminando o ciclo em 14%, seriam necessárias a observação de uma inflação e, principalmente, expectativas de inflação piorando no mesmo ritmo recente”, diz boletim da asset a clientes.

No Boletim Focus de projeções dos economistas do mercado divulgado agora pela manhã, a expectativa para o IPCA em 2022 caiu mais uma vez, a sexta consecutiva. Desta vez, a previsão diminuiu de 7,15% para 7,11%, conforme o Boletim Focus desta semana. Por outro lado, a projeção para o IPCA de 2023 aumentou de 5,33% para 5,36%, marcando a 18ª semana seguida de alta na estimativa. Para 2024, a estimativa continuou em 3,30%, repetindo o movimento das últimas três semanas. O Boletim Focus é divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central e apresenta as expectativas dos analistas para os principais indicadores econômicos do país.

Em relação à Selic, a expectativa para o final deste ano, de acordo com o Boletim Focus, continuou em 13,75% ao ano, como nas últimas sete semanas. Para o ano que vem, a previsão seguiu em 11% ao ano e, para 2024, se manteve em 8%. Já a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 aumentou pela sexta semana consecutiva. A previsão avançou de 1,97% para 1,98%. Para 2023, a projeção continuou em 0,40%. Para 2024, a estimativa seguiu em 1,70%. Quanto ao câmbio, os economistas consultados pelo BC mantiveram a taxa em 5,20 reais por dólar para o fim de 2022 e de 2023.

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