Economia

A Semana do Mercado #17: A agenda externa dá o tom

O editor de Finanças William Salasar apresenta as principais tendências da abertura dos mercados nesta segunda-feira 12

(Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
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A agenda internacional está bem mais alentada do que a doméstica. Nesta semana, começa a temporada de balanços do segundo trimestre das empresas norte-americanas. A temporada de balanços começa com Pepsico e os maiores bancos do país: JP Morgan, Citigroup, Bank of América, Wells Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley.

Também serão atualizados dois índices de preços americanos, ao consumidor (CPI) e no atacado (PPI), juntamente com o depoimento anual do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso. 

Os resultados indicarão o ritmo da retomada da economia norte-americana e, certamente, dos mercados internacionais. “O que acontecer nesta semana dará o tom de toda a temporada dos balanços”, enfatizou o analista do canal de negócios CNBC Jim Cramer, chamando atenção também para a preocupação dos mercados com os surtos da variante Delta do coronavírus.  Por isso, o foco das atenções no cenário internacional tende a ser o posicionamento de Powell.

Relatório de Política Monetária do Fed, divulgado às vésperas do depoimento indica que as autoridades do banco central começam a perceber que a Covid alterou permanentemente o mercado de trabalho, dificultando o objetivo de retornar aos níveis de emprego pré-pandemia. “O mercado de trabalho pós-pandemia e as características de máximo emprego podem ser muito diferentes daqueles do início de 2020”, diz o documento, que aponta também gargalos na oferta e na demanda por trabalho como fontes de pressões inflacionárias “mais duradouras” do que se imaginava, “ainda que de forma temporária”.

Para investidores e operadores dos mercados financeiros, é crucial saber se o Fed (e os demais bancos centrais) manterão os estímulos monetários à atividade econômica e por quanto tempo. 

 

No Brasil, a agenda econômica se limita a dados de atividade de maio, que devem manter a tendência de recuperação observada em abril. Nesta terça-feira 13, o IBGE divulga o resultado do setor de serviços e, na quarta, o Banco Central divulga o índice IBC-Br de atividade, proxy mensal do PIB, ambos de maio e que podem trazer novas surpresas positivas. Para o setor de serviços, a expectativa do mercado é de alta de 1,5% no mês, a segunda seguida (+0,7% em abril). 

Na falta de indicadores mais relevantes, a tendência dos mercados será de acompanhar a instabilidade política, cujo maior termômetro tem sido o dólar. Depois de cair 15%, de março até o final de junho, a moeda chegou a subir 7% em menos de quinze dias, para a casa dos 5,30 reais. Analistas consideram arriscado apostar em estabilização da taxa de câmbio diante da escalada da turbulência política que deixa o presidente Jair Bolsonaro cada vez mais acuado e propenso a atacar os demais Poderes, enquanto sua popularidade só piora. 

Também sustenta a alta do dólar a proposta de mudança no Imposto de Renda que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou há duas semanas ao Congresso e vem sofrendo saraivadas de críticas de lideranças e entidades empresariais, tributaristas e economistas. 

Na contramão do dólar, a Bolsa, por seu lado, acumulou perda de 1,72%, na semana passada, com o Índice Bovespa de volta aos 125 mil pontos, se distanciando cada vez mais dos 130k. “Com o aumento da instabilidade política e preocupações com o avanço do variante delta do Covid, investidores se tornam mais céticos com o momento atual do mercado brasileiro”, anotam os analistas da Genial Investimentos em seu boletim de hoje. 

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