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A receita da instabilidade

No afã de combater a inflação, o BC provoca abalos nos balanços dos bancos e restrição de crédito

Na era liberaloide, há quem proclame “o BC é nosso!” - Imagem: Elza Fiúza/ABR
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“Pode-se enganar a todos por
algum tempo; pode-se enganar
alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”
Abraham Lincoln

“Nos bons tempos de ­trader, seja no pregão da Bolsa de Valores, seja na mesa de operações de derivativos e futuros, eu tinha de tomar a decisão de comprar ou vender ativos financeiros em segundos, pois minutos eram coisa rara. Ali vi com olhos que a terra há de comer altas e baixas, mercado de lado (nem sobe nem cai) e o chamado circuit break, parada técnica para a volta da ‘racionalidade do mercado’. Quem opera e fecha negócio está no front. Ali se materializam infinitas opiniões de alocação de dinheiro quase ­instantâneas, e elas mudam, por vezes em fração de segundos. Nunca ouvi um economista-chefe dizer compra ou vende! Não tardei a aprender a máxima: ‘para ser trader, nunca leia as notícias ou se deixe influenciar por ninguém. Sinta o mercado, o tal mercado de que tanto falam’.”

O depoimento acima é de Manfred ­Back, ex-trader na Bovespa, professor de Economia e Mercado de Capitais do Instituto Germinare e coautor deste artigo. A lógica por trás da operação é muito simples: na visão dos traders, se alguém está disposto a vender e outro disposto a comprar, o negócio está feito. Se todos pensassem da mesma forma, nada aconteceria.

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