Economia

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A preço de ouro

Além da guerra, dos transportes e do clima, a financeirização das commodities eleva o custo dos alimentos

Descontrole. O aumento dos juros não detém os repasses na feira. O saque no supermercado evoca tempos sombrios. Guedes é mesmo um caso patológico - Imagem: Adriano Ishibashi/Frame/Folhapress, Edu Andrade/ME e Redes sociais
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O saque do supermercado ­Inter, no bairro de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no sábado 16, retratou o drama da inflação dos alimentos e a catástrofe da fome no País considerado mundo afora celeiro do planeta e campeão em desigualdade social. O saque acontece no momento em que a alta de preços dos alimentos atinge recordes no mundo e tem efeito redobrado no Brasil, em consequência da política de austeridade, do alto desemprego crônico e da redução da proteção social aos mais vulneráveis, entre outros motivos. A sucessão de fracassos na sua área não impediu, entretanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, de anunciar que apresentaria o Brasil como solução para o mundo em alimentos e energia, na reunião anual do FMI, Banco Mundial e G-20, em Washington.

A inflação da cesta básica atingiu 21,46% nos últimos 12 meses, diante de uma variação do IPCA de apenas 11,30% no mesmo período, segundo o Boletim da Cesta Básica da Escola de Negócios da PUC do Paraná. A alta mundial dos alimentos medida pela FAO é a maior em 32 anos e a ONU convocou todos os países para enfrentar, com ações imediatas, “as desafiadoras consequências da guerra na alimentação, energia e mercados financeiros globais que põe em risco bilhões de vidas”.

A variação da cesta básica atingiu 21,46% nos últimos 12 meses, quase o dobro da alta do IPCA

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