Economia
A pirâmide balança
Os negociantes de criptomoedas caem na real


Persiste o abalo sofrido pelas criptomoedas devido ao colapso da stablecoin TerraUSD, que devia valer 1 dólar, mas caiu a 33 centavos. Nos últimos dias, o bitcoin continuava abaixo de 30 mil dólares e acumulava perda de 56% ante o recorde de novembro (67.527 dólares). Quase todas as outras cem cripto de maior capitalização estavam em baixa, inclusive as stablecoins, cujo valor é referenciado/lastreado em ativos como dólar, euro e títulos públicos. “Com o aumento generalizado de taxas de juro, uma parcela dos investidores vai olhar para movimentos que tenham uma combinação de risco/retorno mais razoável”, diz o professor Edgard Cornacchione, presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). “É o esperado de qualquer ativo de risco, porém não acho que as criptomoedas vão acabar”, ressalva. Parte da explicação, diz ele, advém da própria interferência das stablecoins, que atraíram parte do mercado tradicional para o universo das criptomoedas, sujeitando a bitcoin e companhia às mesmas variáveis que movem ações, ouro, imóveis, moedas. “Mas as variáveis que intervêm na flutuação das cripto são menos conhecidas e menos explicadas. Então, se você não sabe o que é um algoritmo e como funciona, não se arrisque com criptomoedas”, adverte.
Imagem: Fundo NordSip
O XERIFE RECUA
Imagem: Adalberto Marques/MDR
O Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conhecida como “o xerife do mercado”, deliberou, por unanimidade, reconhecer a regularidade da contabilização da distribuição de proventos do FII Maxi Renda, do banco BTG. Entendimento diferente lavrado no fim de 2021 deixou a indústria de fundos mobiliários preocupada com a possível mudança nas regras seguidas até então, no sentido de que, em caso de prejuízo contábil, o rendimento deveria ser suspenso ou repassado em forma de devolução de patrimônio. A decisão recente mantém as práticas de distribuição de rendimentos como antes.
AGRO
Acaba de estrear o novo Índice da B3, o Agro Free Float Setorial (Iagro B3), composto de ações e units de empresas listadas na categoria Agronegócio da nova classificação setorial da B3. As ações de maior peso do Iagro B3 são JBS, Suzano, Ambev, Cosan e Klabin, além de papéis como Assaí, Carrefour e até a fabricante de bolsas e calçados Arezzo. O diretor-executivo de Produtos Listados e Dados da B3, Luís Kondic, explicou que a proposta é abarcar “todos os setores diretos e indiretos do agronegócio, não apenas empresas que tenham suas atividades relacionadas à agricultura ou à pecuária”.
RÚSSIA
Imagem: Presidência da Letônia
A União Europeia pretende investir até 300 bilhões de euros até 2030 para acabar com sua dependência do petróleo e gás da Rússia, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Do total, 10 bilhões irão para a infraestrutura de gás, 2 bilhões para petróleo e o restante para energia limpa. “O RePowerEU nos ajudará a economizar mais energia para acelerar a eliminação do combustível fóssil e, o mais importante, impulsionar os investimentos em uma nova escala”, disse. “Então, eu diria que esta será a cobrança rápida do nosso Pacto Verde Europeu.”
SAÚDE
O laboratório Fleury, a Atlântica Hospitais, controlada pelo Bradesco, e a Beneficência Portuguesa anunciaram a criação de uma companhia especializada no tratamento de câncer, dotada de um sistema integrado que possibilita atender o paciente do diagnóstico até a recuperação e acompanhamento pós-câncer. A nova empresa terá participação de 33% para cada sócio e receberá investimento de 678 milhões de reais por um período de cinco anos, também distribuído igualmente entre as três partes. Os aportes serão destinados à construção de clínicas e “câncer centers” pelo País.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1209 DE CARTACAPITAL, EM 25 DE MAIO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “A pirâmide balança”
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