Economia
A ‘má impressão’ de Lula com o aumento de subsídios no Brasil
O presidente se reuniu nesta segunda-feira 17, em Brasília, com os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet


A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta segunda-feira 17 que o presidente Lula (PT) ficou “mal impressionado” com os subsídios concedidos pelo governo federal.
Segundo Tebet, Lula pediu a apresentação de alternativas voltadas a conter a expansão das renúncias fiscais e tributárias. Além dos dois, participaram de uma reunião da Junta de Execução Orçamentária no Palácio do Planalto os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT); da Casa Civil, Rui Costa (PT); e da Gestão e da Inovação, Esther Dweck.
“Esses números foram apresentados para o presidente, que ficou extremamente impressionado, mal impressionado, com o aumento”, disse Tebet após a agenda.
De acordo com a ministra do Planejamento, a renúncia tributária, de benefícios financeiros e creditícios chega a 646 bilhões de reais.
Depois do encontro, Haddad afirmou, por sua vez, que Lula ficou “surpreso” com a informação de que a carga tributária do País caiu 0,64 ponto percentual do Produto Interno Bruto em 2023 na comparação com 2022: de 33,07% para 32,44%.
“As pessoas às vezes reclamam, grupos de interesse reclamam e não veem a confirmação do todo, da evolução da carga tributária”, disse o ministro da Fazenda. “Nós apresentamos várias séries históricas também para ele, desde o governo Fernando Henrique até hoje.”
Ele ainda declarou que a revisão de bancos de dados de benefícios previdenciários e assistenciais pode, eventualmente, desafogar o Orçamento, a partir da exclusão de pessoas que não deveriam ter direito a esses recursos.
“Tomamos até a experiência do Rio Grande do Sul recente, em virtude das chuvas. O trabalho que foi feito de saneamento dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que as despesas discricionárias continuem no patamar adequado para os próximos anos.”
Haddad acrescentou que a Casa Civil, o Planejamento e a Fazenda preparam “vários gráficos” para o presidente compreender em detalhes a evolução das despesas.
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