A área que a Petrobras planeja explorar no Amapá, na margem equatorial do Rio Amazonas, não é boa. A empresa tem áreas melhores no litoral do Nordeste, alerta o geólogo Luciano Seixas Chagas, aposentado da estatal, consultor e sócio-fundador da Quartzo Consultoria em Exploração de Petróleo. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, indeferiu a licença solicitada pela Petrobras para perfuração no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, após o oferecimento de “todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto, que ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”. O presidente Lula não descartou a exploração no local, mas apoiou o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente na exigência de maiores estudos por parte da Petrobras, e disse que, se houver risco para o bioma amazônico, não autorizará o projeto.
A ânsia de explorar petróleo no local deve-se, ao que tudo indica, à superprodução do Suriname no curto prazo, que levou a supor a possibilidade de obter resultado semelhante no Amapá. Não é possível saber com certeza sem perfuração de poço, devido às diferenças geológicas entre ambas, explica Chagas, que trabalhou por 31 anos na Petrobras e participou do mapeamento do pré-sal em mais de 50 negócios.
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