Do Micro Ao Macro

WhatsApp inicia exibição de anúncios e entra de vez no jogo da publicidade digital

Plataforma passa a integrar o inventário comercial da Meta; especialistas alertam para riscos e possibilidades do novo modelo

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A Meta anunciou que o WhatsApp começará a exibir anúncios ainda em 2025. Os espaços pagos estarão disponíveis na aba de Status e no feed dos Canais, sem interferir nas conversas privadas.

A medida marca a entrada definitiva do aplicativo no ecossistema publicitário da holding, ao lado de Facebook e Instagram. Além dos anúncios, também haverá canais por assinatura, que permitirão a criadores e empresas oferecer conteúdo exclusivo mediante pagamento.

Com mais de 2 bilhões de usuários ativos no mundo e cerca de 150 milhões no Brasil, o WhatsApp deixa de ser um espaço exclusivamente voltado à troca pessoal e entra no radar de mídia de marcas e anunciantes.

Novo inventário, novo comportamento

Para Bruno Almeida, CEO da US Media, o movimento é parte da evolução natural da plataforma. Segundo ele, “em algum momento, todo aplicativo com grande base ativa de usuários passa a monetizar com mídia”.

Nesse novo ciclo, o WhatsApp oferece inventário inédito: um ambiente de grande escala, alto alcance e uso frequente — mas com dinâmica sensível. A monetização, segundo Almeida, será baseada em dois pilares: mídia nativa e conteúdo pago por assinatura.

Equilibrar publicidade e experiência

Apesar do potencial comercial, o desafio será manter a experiência original da plataforma. O WhatsApp opera com lógica diferente das redes sociais, mais centrado em atenção direta e pessoal.

Segundo o executivo, não basta adaptar os formatos usados em outras plataformas. Será necessário desenvolver conteúdos que agreguem valor, sejam úteis e entregues no momento certo.

“O canal é íntimo, silencioso e de baixo ruído. O sucesso das marcas dependerá da capacidade de se integrar de forma discreta e relevante”, avalia Bruno Almeida.

Canais pagos e conteúdo exclusivo

Com os canais por assinatura, o WhatsApp passa a seguir uma tendência global. Plataformas como YouTube e Telegram já oferecem soluções parecidas para monetização direta via conteúdo exclusivo.

No WhatsApp, os criadores poderão disponibilizar conteúdos fechados mediante pagamento, ampliando o leque de modelos de receita disponíveis. A funcionalidade está voltada tanto para grandes marcas quanto para influenciadores.

Riscos de concentração

O novo formato representa uma oportunidade de conexão direta entre empresas e público, mas levanta preocupações sobre concentração. O domínio da Meta sobre audiência, dados e formatos pode ampliar a dependência de marcas em relação à empresa.

Para Bruno Almeida, o desafio será evitar a repetição de modelos agressivos de interrupção. “As pessoas não querem ser interrompidas. Querem ser informadas de forma relevante, no tempo certo e com linguagem que faça sentido”, afirma.

A inclusão do WhatsApp no inventário publicitário da Meta reposiciona a plataforma. Agora, além de mensageiro, o aplicativo também funciona como canal de mídia, exigindo novas estratégias por parte das marcas.

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