Do Micro Ao Macro

Venda de açaí cresce como fonte de renda para os brasileiros

Entre os itens mais pedidos para entrega, fruto é sustento de famílias de Norte a Sul do país

Heloisa Baeta, fundadora do Copo Roxo, é uma das brasileiras que empreendem com açaí
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O brasileiro é responsável por aproximadamente 50% de todos os pedidos de entrega de comida na América Latina, segundo pesquisa da consultoria Statista em 2023. Durante a pandemia da Covid-19, o setor de alimentação fora do lar precisou se reinventar, com muitos estabelecimentos optando pelo delivery.

Esse modelo se consolidou, e as dark kitchens e serviços de entrega continuam operando mesmo após o fim da pandemia. Dados da Mobills indicam que os gastos dos brasileiros com comidas pedidas por aplicativo cresceram 149% em 2021, mantendo-se em alta constante.

Um dos produtos que impulsiona esse mercado é o açaí. Em 2023, no estado de São Paulo, o fruto entrou no top 10 dos itens mais pedidos por delivery, superando até mesmo a pizza, que não apareceu no ranking, conforme dados do iFood Brasil.

Com um crescimento de 15% ao ano, o consumo do açaí gera mais de 40 milhões de reais em receita para o país, segundo a Embrapa, sendo uma fonte de renda para muitas famílias e empreendedores.

A AmaFruta, marca criada pelo Grupo The Best para atender açaiterias, sorveterias e supermercados, afirmou que 80% de seus clientes são pequenos empreendedores que utilizam o insumo em seus negócios. “A AmaFruta é produzida pela Amadelli Alimentos, uma indústria de 12 mil metros quadrados que, no ano passado, produziu mais de 700 toneladas de açaí. Desde o início, o objetivo foi atender o mercado de açaí no Brasil, devido ao seu grande potencial”, afirmou Rafael Gonzalez, diretor comercial da AmaFruta.

Empreendedorismo

Heloisa Baeta, fundadora do Copo Roxo, é uma das brasileiras que empreendem com açaí. Após trabalhar em diversas áreas, incluindo navios de cruzeiro na Europa e no setor educacional, ela decidiu criar sua própria empresa.

“Minha marca surgiu por conta do meu amor pelo açaí. Consumia quase todo dia, então busquei uma forma de rentabilizar minha paixão,” conta Heloisa. Durante a pandemia, ela usou parte do auxílio emergencial para comprar os primeiros ingredientes e iniciar a loja através do delivery.

Hoje, quatro anos depois, Heloisa conta com uma equipe de seis pessoas na cozinha e oito motoboys para entregas.

Muitos empreendedores, no entanto, carecem de conhecimento técnico sobre o açaí e sua produção, além de planejamento administrativo e financeiro. “A maioria dos comerciantes busca qualidade atrelada ao custo-benefício, mas não entende a cadeia produtiva do açaí, que é crucial para seu sabor. Também pontuamos a importância da segurança no mercado alimentício e oferecemos auxílio em estoque e estratégias de vendas,” afirmou Gonzalez.

Em 2023, o Brasil registrou a abertura de mais de 850 mil micro e pequenas empresas, segundo a Agência Sebrae, um aumento de mais de 6% em relação ao ano anterior. O setor de alimentação foi o terceiro mais procurado ao abrir novas empresas, conforme a pesquisa.

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