Do Micro Ao Macro

Veja como a gestão de riscos de terceiros combate trabalho análogo à escravidão

Tecnologia e transparência na cadeia de fornecedores ajudam empresas a proteger direitos humanos e evitar danos à reputação

Veja como a gestão de riscos de terceiros combate trabalho análogo à escravidão
Veja como a gestão de riscos de terceiros combate trabalho análogo à escravidão
Saiba como a Gestão de Riscos de Terceiros se tornou uma grande aliada no combate ao trabalho análogo à escravidão
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Em 28 de janeiro, Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo, a gestão de riscos de terceiros se tornou uma ferramenta indispensável para empresas. Essa abordagem vai além do compliance e representa um compromisso ético e estratégico.

Além disso, a prática ajuda as empresas a evitar prejuízos financeiros, jurídicos e reputacionais associados a condições de trabalho degradantes em suas cadeias de fornecimento.

Mapeamento e avaliação de riscos expõem irregularidades

Para identificar práticas irregulares, o mapeamento de fornecedores é essencial. Segundo Bruno Santos, sócio da Bernhoeft, “empresas conseguem mitigar riscos como jornadas excessivas, condições degradantes e retenção de documentos”.

Ele acrescenta que essa prática não apenas reforça o compromisso com os direitos humanos, mas também fortalece a reputação corporativa das empresas.

Setores como agricultura, construção civil, têxtil e mineração apresentam riscos mais altos devido à informalidade e à baixa fiscalização. Além disso, a pressão por redução de custos aumenta as chances de escolhas inadequadas de fornecedores.

Auditoria de campo revela condições degradantes

Durante uma auditoria realizada pela Bernhoeft em uma fornecedora de construção civil, foram identificadas situações alarmantes. Trabalhadores viviam em alojamentos sem energia elétrica, dormindo em colchões velhos no chão e sem armários para guardar roupas.

Os problemas se estendiam ao banheiro, que também estava sem luz e água quente. Para piorar, os trabalhadores percorriam 4 quilômetros por dia, sob sol ou chuva, para chegar ao canteiro de obras.

Outro ponto crítico era a alimentação. O valor destinado às refeições diárias era de R$ 12, enquanto a marmita mais barata custava R$ 18.

Como resultado da auditoria, o alojamento foi interditado e os trabalhadores foram realocados para uma pousada adequada. O contrato com a terceirizada foi encerrado, demonstrando o impacto positivo de uma gestão rigorosa.

Tecnologia moderniza a fiscalização

Por outro lado, a tecnologia tem modernizado significativamente a gestão de riscos. Ferramentas como automação e inteligência artificial permitem auditorias em tempo real e identificação de padrões suspeitos.

Um exemplo prático é o Cartão de Identificação com QR-Code, desenvolvido pela Bernhoeft. Esse recurso assegura a conformidade documental dos trabalhadores e facilita o acompanhamento das condições de trabalho em campo.

ESG reforça práticas éticas e sustentáveis

Outro ponto importante é a integração de práticas ESG, que incentiva empresas a priorizarem fornecedores alinhados aos direitos humanos e trabalhistas.

Essa abordagem também atrai consumidores e investidores que valorizam práticas éticas e sustentáveis, fortalecendo a governança social das organizações.

Além disso, a negligência na gestão de terceiros pode trazer sérias consequências jurídicas, como multas e processos trabalhistas. Já a adoção de medidas proativas garante operações mais seguras e competitivas, protegendo tanto a marca quanto os trabalhadores envolvidos.

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