Do Micro Ao Macro
Um em cada três brasileiros teme perder o emprego para a inteligência artificial
Pesquisa revela preocupações sobre substituição no trabalho, mas também aponta ganhos e aposta na capacitação como caminho
A transformação tecnológica acelerada já provoca efeitos concretos no ambiente profissional brasileiro. Com a disseminação da inteligência artificial em setores estratégicos, uma parcela significativa da força de trabalho vê a inovação com desconfiança. De acordo com levantamento da Pluxee, 33% dos trabalhadores afirmam temer serem substituídos por sistemas automatizados.
Receios persistem
Apesar das preocupações, 75% dos entrevistados reconhecem que a inteligência artificial pode trazer ganhos reais de produtividade. No entanto, o medo do desemprego não é o único fator de apreensão.
Segundo a pesquisa, 24% temem o crescimento da dependência tecnológica. Outros 22% expressam dúvidas sobre a transparência das empresas no uso dessas ferramentas. Apenas 28% dos participantes se sentem plenamente preparados para atuar na nova realidade digital.
Efeitos positivos da automação
Entre os trabalhadores que já notaram mudanças, 35% apontam melhorias nas rotinas com a adoção da IA. A automação de tarefas repetitivas foi citada por 73% dos entrevistados, seguida pela análise de dados para decisões mais estratégicas (51%) e pela oferta de soluções inovadoras (25%).
Atendimento ao cliente, operações internas, recursos humanos e marketing são as áreas que mais têm incorporado a tecnologia de forma prática.
Potencial para inovação e inclusão
Para Bruno Nunes, CEO da Base39, a IA generativa pode redefinir o ambiente de trabalho quando usada com responsabilidade. “Com implementação adequada e uma abordagem ética, as empresas podem promover ambientes mais produtivos, criativos e sustentáveis”, afirma.
Ele defende que a tecnologia deve ser vista como meio de ampliação do potencial humano, não como sua substituição.
Capacitação como prioridade estratégica
Diante do avanço da IA, a qualificação surge como resposta prática à insegurança. Cerca de 50% dos entrevistados consideram urgente investir em cursos práticos voltados ao uso da tecnologia no ambiente profissional. Além disso, 32% defendem que a IA deve ser usada como aliada da atuação humana, reforçando a ideia de equilíbrio entre automação e protagonismo das pessoas.
Futuro promissor, mas ainda incerto
Para 78% dos participantes, a IA tende a ser lembrada como uma inovação transformadora. No entanto, 45% ainda têm dúvidas sobre os efeitos de longo prazo. Nesse contexto, o papel das empresas ganha relevância.
Mais do que adotar novas ferramentas, é necessário garantir compromisso com ética, capacitação contínua e bem-estar dos trabalhadores.
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