Do Micro Ao Macro
Tendências de comportamento indicam novas oportunidades para marcas em 2026
Tendências culturais detectadas em buscas revelam oportunidades para marcas que acompanham mudanças de comportamento em diferentes regiões do país
As tendências que marcam o comportamento dos brasileiros em 2025 apontam oportunidades conectadas a identidade, consumo digital, ecoansiedade e novos vínculos sociais em 2026.
Esses movimentos, que aparecem com força nas buscas e nas interações online, revelam caminhos de atuação para empresas que buscam dialogar com públicos cada vez mais diversos.
A FutureBrand São Paulo apresentou a segunda edição do Tá Quente, Brasil! 2025. Um levantamento que utiliza dados captados nas redes, reunindo 246,5 milhões de buscas no Google, 2,9 milhões de perfis analisados e 22,6 milhões de menções. A partir disso, a consultoria identifica mais de mil sinais comportamentais que ajudam a explicar como os brasileiros pensam, consomem e se conectam.
“Mais do que medir relevância, o material mostra caminhos estratégicos para negócios distribuídos pelo país”, afirma Ewerton Mokarzel, CEO da FutureBrand São Paulo.
Os achados se organizam em quatro pares de contrastes que ajudam a entender o momento atual: Brasil Global x Brasil Local; Brasil da Esperança x Brasil do Desespero; Brasil dos Afetos x Brasil dos Desafetos; e Brasil Público x Brasil Privado.
Brasilidade em foco
A valorização da identidade brasileira abre oportunidades para marcas que atuam em cultura, música, turismo e gastronomia. A pesquisa mostra que símbolos nacionais foram reapropriados por novos públicos, impulsionados por produções como a série Senna e pelo avanço de polos criativos do Norte e Nordeste.
Estela Brunhara, Diretora de Consumer Behavior da FutureBrand São Paulo, aponta que a imagem do Brasil tornou-se um ativo quando ligada a narrativas consideradas autênticas. Ela observa também que empresas encontram espaço ao promover festas regionais, expressões identitárias e experiências ligadas à latinidade presente no país.
Contrastes que moldam escolhas e geram oportunidades
O estudo registra tensão entre avanço e vulnerabilidade. A ecoansiedade cresce com a crise climática, enquanto apostas digitais, conteúdos motivacionais e buscas por prosperidade apontam formas de escapismo. Em paralelo, religião e espiritualidade ocupam novos espaços, das ruas às redes.
Leonardo Fioretti, líder de pesquisa qualitativa, afirma que marcas que oferecem sensação de segurança simbólica se aproximam do consumidor nesse ambiente. Ele cita ainda o interesse por educação financeira, empreendedorismo periférico e geração de renda como oportunidades conectadas a necessidades reais.
Relações afetivas em movimento
As relações pessoais passam por reconfigurações. O estudo mostra novos formatos de família, mudanças na amizade e crescimento do cuidado coletivo. Estela destaca que consumidores buscam lugares — físicos e digitais — que promovam encontros e pertencimento.
Ela também aponta que a saúde mental ganhou força. Produtos e serviços ligados ao bem-estar tendem a atrair quem procura apoio cotidiano e acessível.
Influência digital e busca por privacidade
A fronteira entre público e privado tornou-se mais tênue. A superexposição convive com a busca por experiências presenciais. Os brasileiros também exercem influência coletiva online ao debater temas como cultura, esporte e política.
Nesse ambiente, surgem oportunidades voltadas à capacitação de profissionais que atuam como influenciadores das próprias categorias, ao investimento em segurança digital diante do aumento de golpes e ao fortalecimento de comunidades de nicho. Para Fioretti, essas comunidades ajudam empresas a ajustar discursos e reconhecer identidades específicas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



