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Setor de e-commerce cresce no Brasil, mas enfrenta desafios para consolidação

Empresas investem em plataformas próprias para ampliar vendas, driblar obstáculos técnicos e reforçar identidade de marca

Setor de e-commerce cresce no Brasil, mas enfrenta desafios para consolidação
Setor de e-commerce cresce no Brasil, mas enfrenta desafios para consolidação
Estratégia aumenta tráfego e conversão nos canais online das empresas
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O comércio eletrônico brasileiro movimentou quase R$ 200 bilhões em 2023, segundo o Observatório do Comércio Eletrônico Nacional. O valor representa um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior.

Apesar do avanço, o setor ainda apresenta entraves. Problemas como falhas de software, lentidão em páginas e dificuldades de integração tecnológica são apontados por especialistas como obstáculos à expansão dos negócios online.

Essas dificuldades afetam principalmente empresas que estão dando os primeiros passos no ambiente digital.

Marcas buscam autonomia com plataformas próprias

O cenário tem levado parte do mercado a desenvolver soluções sob medida. Erlon Labatut, especialista em varejo e franquias, observa um movimento crescente de marcas que estão investindo em plataformas próprias de e-commerce.

Segundo ele, empresas de grande e médio porte já percebem essa estratégia como uma forma de fortalecer sua presença no digital e construir uma identidade própria.

“Muitas marcas ainda utilizam plataformas como Mercado Livre e Amazon pela facilidade de entrada. Mas o e-commerce próprio representa um investimento estratégico, que reforça o posicionamento da marca”, afirma Labatut.

Custo e conhecimento técnico são entraves iniciais

A criação de uma plataforma exclusiva, no entanto, exige investimento e domínio de novas tecnologias.

De acordo com Labatut, os custos variam entre R$ 9.600 e R$ 30 mil, podendo ultrapassar os R$ 50 mil em projetos mais robustos.

Para pequenas empresas, esses valores podem inviabilizar a iniciativa. Já para redes de franquias, o investimento tende a se justificar tanto pelo ganho de escala quanto pelos benefícios operacionais.

Labatut destaca que, para uma rede franqueadora, o e-commerce próprio fortalece a base de franqueados por meio de comissões, melhora a imagem da marca e pode impulsionar a receita da matriz no médio e longo prazo.

Estratégia digital exige foco no usuário

Paulo Camargo, diretor executivo da iTalents, afirma que o e-commerce precisa ser planejado com base no público-alvo.

A empresa atua com desenvolvimento de canais digitais e tem voltado parte de sua operação para soluções adaptadas ao franchising.

“Quando se contrata uma consultoria, não se leva apenas a tecnologia, mas também o conhecimento de experiência do usuário. Isso é determinante para que a plataforma funcione com eficiência”, explica Camargo.

As soluções desenvolvidas pela empresa incluem integrações com sistemas de gestão já existentes, permitindo maior escalabilidade e controle por parte do franqueador.

Além disso, a digitalização melhora a jornada do cliente e reduz gargalos operacionais.

Camargo acrescenta que tecnologias como inteligência artificial ajudam a automatizar processos e tornam a operação mais ágil e responsiva.

E-commerce próprio amplia controle e margem de lucro

Empresas que adotam o modelo próprio ganham autonomia sobre preços, atendimento e fidelização.

Esse controle evita dependência de marketplaces, que impõem regras e taxas sobre cada transação.

Segundo Labatut, essa liberdade permite à empresa criar uma estratégia de relacionamento mais próxima com os consumidores e definir sua identidade digital com mais clareza.

“Ao depender somente de marketplaces, a empresa pode perder margem e não consegue controlar toda a experiência de compra. Um e-commerce próprio dá liberdade, fortalece a marca e oferece base para crescer de forma sustentável”, conclui.

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